São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Estudo mostra por que álcool afeta memória

DA REPORTAGEM LOCAL

Cientistas americanos obtiveram evidências que explicam os efeitos do álcool sobre o cérebro.
Os pesquisadores mostraram que três doses de uísque são suficientes para diminuir a atividade do hipocampo, estrutura do cérebro responsável pela formação de memórias complexas e pela orientação espacial e temporal.
Para observar os efeitos do álcool, Andrey Ryabinin, do departamento de neurofarmacologia do Instituto de Pesquisa Scripps, de La Jolla (EUA), estudou o nível da proteína c-Fos no cérebro.
O estudo está sendo publicado hoje na revista científica americana "Molecular Psychiatry" e confirma hipóteses sobre os efeitos do álcool sobre a atividade cognitiva e comportamento.
A c-Fos indica a atividade dos neurônios. Quanto maior a presença da proteína, maior a atividade de uma certa região cerebral.
Na pesquisa foi injetada em ratos uma quantidade de álcool que, na escala do corpo humano, equivale à contida em pouco mais de três doses de uísque.
A proteína estimulou particularmente as partes do cérebro envolvidas na regulação das emoções, na motivação do comportamento e no processamento dos estímulos dos sentidos (visão, audição etc).
Apenas no hipocampo foi notada uma diminuição de atividade. Isto é, alguém alcoolizado tem de fato menos capacidade de se orientar no trânsito, por exemplo.
A experiência mostrou também que os "três uísques" bloquearam o aumento de atividade cerebral típico observado em animais que são expostos a um novo ambiente.
Esse bloqueio indica que o álcool perturba a ativação do hipocampo provocada pela experiência. Isso pode explicar porque a substância reduz a capacidade de registrar fatos durante a "bebedeira".
Uma dose menor de álcool (entre um e dois uísques) também diminui a atividade do hipocampo, mas não reduz a capacidade da memória de registrar novos fatos.

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