São Paulo, sexta-feira, 2 de fevereiro de 1996
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Rio gasta na saúde 49% do previsto

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Estado do Rio aplicou em 95 menos da metade do dinheiro previsto no orçamento da Secretaria da Saúde. Não houve investimento na manutenção de hospitais e no programa de controle da tuberculose (veja quadro).
Os valores gastos na área constam de documentos oficiais da Secretaria da Saúde encaminhados ao Ministério Público. A Procuradoria Geral de Justiça do Estado deverá pedir investigação policial sobre o destino do dinheiro e propor abertura de ação judicial contra o governador Marcello Alencar (PSDB) e o secretário estadual de Saúde, Antônio Luís Medina.
O orçamento para a saúde em 95 era de R$ 222.864.987. Desse total, só foram gastos 49,18%, o equivalente a R$ 109.622.085. Do valor gasto, R$ 107.400.049,88 (97,9%) serviram para o pagamento de despesas com os servidores e funcionários contratados. Para investimentos nos demais setores sobraram R$ 2.222.035,22 - 2,1% da quantia gasta no ano passado.
Obtidos pela deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ), os documentos revelam que não foram gastos os R$ 20.211.440 orçados para a reforma, ampliação e reequipamento da rede hospitalar.
Na manutenção dos hospitais especializados, o Estado não usou os R$ 200.711 previstos para 95.
Com o Programa Estadual do Controle de Aids, o Estado gastou no ano passado R$ 1.232, o equivalente a 0,01% dos R$ 6.458.106 determinados no orçamento.
O programa de controle da tuberculose também não representou despesas. Havia, pelo orçamento, R$ 394.671 destinados ao programa de assistência às vítimas. No período, o Estado reconhece ter contraído uma dívida de R$ 3.640 com o programa. A dívida não foi paga em 95. Os gastos com o programa foram inexistentes.

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