São Paulo, domingo, 4 de fevereiro de 1996
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Presidente 'ressuscita' na vida dos EUA

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Nunca se falou tanto de Richard Nixon nos últimos 15 anos quanto em 1995. O presidente norte-americano, que renunciou em 1974 após o escândalo Watergate e morreu em 1994, foi personagem de filme, minissérie, peça teatral e documentário em vídeo.
Pelo menos duas novas biografias dele foram lançadas no ano passado, além de um livro relatando detalhes do encontro entre Nixon e o rei do rock, Elvis Presley.
O carro-chefe da "nixonmania", entretanto, é o filme "Nixon", dirigido por Oliver Stone e estrelado por Anthony Hopkins, que estreou nos EUA em 22 de dezembro, cercado de polêmica (leia texto abaixo).
Apesar de o filme ter desagradado à família e aos amigos do ex-presidente, é impossível negar que a obra de Stone foi uma das principais responsáveis pela volta de Nixon à vida dos EUA.
Como aconteceu em 1991 quando Stone lançou "JFK" e reacendeu o debate sobre o assassinato do presidente mais querido pelos norte-americanos, a estréia de "Nixon" detonou a discussão sobre quem era de fato Richard Milhous Nixon.
Em "JFK", Stone conquistou feito inédito no cinema: graças a ele, o governo de George Bush determinou que os documentos sobre o assassinato fossem abertos ao público mais de dez anos antes da data prevista.
"Nixon" pode não ter feito tanto barulho quanto "JFK", mas também trouxe algumas revelações, como a ligação do ex-presidente com grupos paramilitares da direita cubana e seu lado anti-semita.
Antes do filme, Nixon foi tema do telefilme "Kissinger e Nixon", exibido em 10 de dezembro pela rede de TV paga TNT.
Ao contrário do filme de Stone, a minissérie privilegiou o lado político de Nixon, concentrando-se no período entre agosto de 1972 e janeiro de 1973, durante a negociação da retirada das tropas norte-americanas do Vietnã.
Beau Bridges interpretou Henry Kissinger e Ron Silver fez o papel de Richard Nixon.
O público nova-iorquino teve a chance ainda de assistir à montagem teatral "Nixon's Nixon" (dois sentidos em português: "O Nixon de Nixon" ou "Nixon é Nixon"), no MCC Theater.
A peça ficou em cartaz por três meses no circuito off-Broadway, isto é, fora das grandes montagens teatrais da cidade, entre agosto e outubro de 1995.
(DF)

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