São Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1996 |
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Há 4.569 vagas nas moradias estudantis
HENRIQUE FERRARI
A USP (Universidade de São Paulo), a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a Unesp (Universidade Estadual Paulista) e a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) colocam residências estudantis à disposição de seus alunos. Como a demanda por um lugar nessas moradias é sempre maior do que o número de vagas, os interessados têm de passar por um "vestibular". As inscrições para calouros começam a partir de fevereiro. As quatro universidades adotam como principal critério seletivo a condição socioeconômica do estudante. Tem prioridade quem prova que não tem como pagar aluguel. Em alguns casos, leva-se em conta a distância da casa do aluno em relação aos campi. Quem mora em Rio Branco (AC) e vai estudar na USP de São Paulo, tem mais chance que alguém que reside na cidade. Na USP, na Unesp e na UFSCar, o desempenho acadêmico também conta pontos. O critério se aplica a quem vive na moradia e tem sua permanência condicionada ao aproveitamento escolar e aos veteranos que pleiteiam uma vaga. Viver nas moradias implica obedecer um certo número de regras. "Muitas regras não estão escritas. É uma questão de bom senso. O mais importante é não incomodar os vizinhos", afirma Edgar Alexandroni Júnior, presidente da Casa do Estudante de Piracicaba. A realização de festas e a presença de animais, por exemplo, acabam sendo decididas pelos próprios estudantes. Outras questões, como a presença de crianças e de hóspedes, não dependem apenas dos moradores. A maior parte das universidades públicas não vê com bons olhos a permanência de filhos de alunos nas residências estudantis. "Nosso regulamento deixa implícita a proibição. A moradia se destina apenas a quem estuda na universidade", diz Claudemira Azevedo Ito, presidente da Comissão de Moradia do campus da Unesp em Presidente Prudente. O novo regimento do Crusp (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo), aprovado pelo Conselho Universitário em novembro, diz que "a concessão (da bolsa-moradia) é pessoal e intransferível, não sendo extensiva, em nenhuma hipótese, aos dependentes -ou não- do aluno". Já na Unicamp, das 253 unidades residenciais que compõem a moradia, 27 são "estúdios" (apartamentos reservados para casais, com ou sem filhos). Os estudantes Marcelo de Oliveira Terra Cunha, 22, e Mirza Ferreira, 21, e a filha Talita Ferreira Terra Cunha, 2, vivem há dois anos na moradia da Unicamp. O "estúdio" onde moram tem um cômodo a menos do que os outros apartamentos e conta com um banheiro, uma cozinha e uma sala. Marcelo faz curso de mestrado em Física e Mirza acaba de se formar em dança. "Se não fosse a moradia não poderia continuar estudando", afirma Marcelo. Colaborou VALÉRIA CABRERA, da Folha Sudeste Texto Anterior: Unicamp espera abstenção recorde Próximo Texto: "Bandejão" serve comida a menos de R$ 2 Índice |
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