São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 1996 |
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Recife quer diminuir domínio da axé-music
FÁBIO GUIBU
"Queremos mudar a imagem de que em Boa Viagem se faz o melhor Carnaval baiano fora da Bahia", disse o presidente da Associação Carnavalesca do bairro, Joel Oliveira Amaral, 43. Segundo ele, nos últimos três anos, 70% das músicas tocadas na avenida eram de compositores baianos. Este ano, afirmou, o percentual deve cair para 50%. Boa Viagem é um ponto de referência para o turista que visita a cidade. O retorno às origens do Carnaval de Boa Viagem este ano inclui o destaque para a Banda de Pau e Corda. O grupo de música regional, que há 20 anos criou o Carnaval à beira-mar na cidade, será o grande homenageado da festa. "A principal atração vai ser Alceu Valença, que se apresenta no dia 18", disse Amaral. Mesmo sem ser o grande destaque da festa, os trios elétricos -invenção baiana- serão mantidos. Ao todo, 31 grupos vão se revezar a partir de hoje na animação das 200 mil pessoas esperadas por dia no local. Com a mistura de ritmos, quem participar da folia na orla terá oportunidade de vestir uma mortalha e dançar um frevo, balançando uma sombrinha (típica do frevo) numa mão e um "mamãe-sacode" (varinha com tiras de plástico, típica de Salvador) na outra. O resultado dessa combinação, segundo Amaral, é que vai determinar a continuidade e a velocidade do processo de "pernambucanização" do Carnaval de Boa Viagem. "Nossa intenção é prosseguir na mudança no perfil da festa no ano que vem, mas antes precisamos ver na prática qual será a reação do folião", afirmou. Nos outros dois pólos do Carnaval em Recife, no centro da cidade, a disputa entre os ritmos não vai acontecer. A música pernambucana deve predominar. Texto Anterior: Vestibulando da Unicamp faz hoje provas de biologia e português Próximo Texto: Vai-Vai sai no Carnaval de rua em Cuba Índice |
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