São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 1996
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Aeronáutica não tem verba para combustível dos aviões do Sivam

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A aprovação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) pelo Senado já é considerada certa pelos militares ligados ao projeto. Mas agora começa outra batalha: conseguir dinheiro para comprar combustível para os 12 aviões que serão comprados para o projeto.
Segundo os próprios militares, o orçamento de R$ 31 milhões para compra de combustível e lubrificantes este ano é insuficiente para abastecer os atuais 850 aviões do Ministério da Aeronáutica.
A verba de US$ 1,4 bilhão para o Sivam garante a implantação do sistema, mas sua operação será mantida com recursos do Orçamento da União.
O Orçamento está muito abaixo do desejado e isso preocupa o a Aeronáutica, segundo o ministério.
A Aeronáutica considera insuficientes os recursos para compra de combustíveis este ano, porque não atendem ao esforço aéreo previsto de 165 mil horas.
Segundo a Aeronáutica, as sucessivas reduções orçamentárias afetam o ministério como um todo. O constante adiamento de metas é considerado preocupante, porque as necessidades crescem e se acumulam, tornando-as cada vez mais difíceis de ser atingidas.
O ministério evita se pronunciar sobre uma possível falta de combustível para os aviões do Sivam.
Afirma porém que, caso persista a restrição orçamentária, haverá uma redução do volume de vôo segundo critério baseado na natureza da atividade aérea.
Os aviões do Sivam irão disputar com outras aeronaves a relação de prioridades do ministério. Uma das áreas consideradas mais importantes é a defesa área, que tem um limite mínimo de esforço considerado aceitável.
A falta de verbas provoca, segundo a Aeronáutica, redução da atividade aérea, com a consequente diminuição do treinamento, adiamentos nos cronogramas de aquisição de peças e armamentos e redução no ritmo da modernização das aeronaves.
Mais recursos
A SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) reconhece que o orçamento atual para combustíveis de aviões não é suficiente, mas a aposta do órgão é que os recursos para as Forças Armadas deverão melhorar futuramente.
Os 12 aviões do Sivam (oito nacionais, modelo Brasília, e quatro ingleses) serão utilizados para diversas funções.
Entre elas monitorar o movimento de aviões ilegais por intermédio de radares especiais e checar o funcionamento dos equipamentos do sistema.

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