São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 1996 |
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Até o Rei reverenciou o gol de Marcelinho
ALBERTO HELENA JR.
A diferença é aquele gol nos deu a vitória e o direito de seguir em frente na Copa. E o de Marcelinho, ontem, na Vila, apenas antecedeu o empate do Santos, num clássico tórrido e tumultuado como o verão que atravessamos. Empate, aliás, que veio a calhar, pelo que fizeram as duas equipes. Quando eram 11 contra 11, o Santos foi mais incisivo. Desperdiçou, porém a vantagem de 11 contra 9, e só se reaprumou quando o resultado era igual em tudo: no jogo e nos jogadores. É verdade que teve um pênalti claro a seu favor, no final. Mas, no rigor da análise, 2 a 2 era o que ambos mereciam. E o São Paulo de Muricy-Telê pôs as cartas na mesa: está aí para disputar mesmo o título. Isso é o que garante a minimaratona vitoriosa empreendida por esse time na semana: quatro jogos em sete dias; quatro vitórias significativas. A primeira, porque sobre um dos mais fortes candidatos -o Santos, na Vila. A segunda, porque uma goleada de 4 a 0 sobre o Guarani de Amoroso e o escambau. A terceira, porque um massacre de 7 a 3 em cima do campeão brasileiro -o Botafogo-, pela Copa dos Campeões da Conmebol. E a quarta, no sábado, porque jogou mal e mesmo assim bateu o América, lá em Rio Preto, por 3 a 2. Em cada jogo, uma situação diferente bem resolvida pela equipe, que, se não tem cintilantes estrelas, além de Zetti, Almir e Valdir, sabe muito bem o que deve fazer. Não pode ser mera coincidência que, nos dois últimos anos, com o entra-e-sai de jogadores, alguns craques; outros, meia-colher, como gosta de classificar jogadores medianos o técnico Cilinho, quando nas mãos de Muricy, o São Paulo dispara na liderança para depois refluir, na volta de Telê. Nem de longe comparar o incomparável nem sequer sugerir que Telê deva ceder seu lugar ao discípulo. Mas contra os fatos não há argumento. E o fato é que esse tricolor de Muricy entra em campo sabendo exatamente o que fazer, como se posicionar, a quem cabe qual função. São quatro zagueiros de técnica limitada (Sorlei um pouco mais bem dotado), dois volantes cumpridores, dois meias ativos (um destro, pela direita -Sandoval-, outro, canhoto, pela esquerda -Aílton ou Denílson) e dois avantes velozes e incisivos, que se completam -Almir, fuçando pela direita, pela esquerda, pelo meio, e Valdir, ali, na boca da botija. Assim, mesmo quando tudo dá errado, como sábado, acaba dando certo. É o sinal na testa. Texto Anterior: Uniformizadas geram tumulto Próximo Texto: Profissionalismo já Índice |
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