São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996
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Águas invadem e ilham hospital

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Principal centro de atendimento às vítimas dos deslizamentos na zona sul, o Hospital Miguel Couto, na Gávea (zona sul), foi invadido pela água da chuva, ficou ilhado e teve que organizar um regime especial de funcionamento.
Os médicos de plantão durante a noite de segunda-feira estenderam o expediente até as 14h, porque mais da metade da equipe da manhã não conseguiu chegar ao hospital, cujas ruas vizinhas ficaram cobertas pela água.
Médicos e enfermeiros que moram na Gávea e não conseguiram chegar a outros bairros da cidade apresentaram-se como voluntários para ajudar no atendimento aos feridos.
A água invadiu a casa de máquinas do hospital e impediu o funcionamento da caldeira, cujo vapor é utilizado no cozimento de alimentos e na esterilização de materiais.
Mesmo assim, o hospital Miguel Couto registrava no final do dia atendimento a 23 feridos e a oito pessoas que faleceram, vítimas das chuvas.
O próprio diretor do hospital, Paulo Pinheiro, ficou retido pela chuva na lagoa Rodrigo de Freitas e teve que comandar pelo telefone celular o funcionamento do hospital até o fim da manhã.
"Foi um dia triste, por causa da quantidade de crianças mortas", disse.
"Mas fiquei orgulhoso do profissionalismo dos médicos do hospital e de outros estabelecimentos, que abandonaram seus carros na enchente e vieram para cá", afirmou Pinheiro.
O Miguel Couto está atendendo apenas casos de emergência.
Um plantão especial foi organizado para a noite de ontem e todo o dia de hoje.

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