São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 1996
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Andy Garcia assume papel do herói-vilão

DANIELA ROCHA
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Filme: Coisas para Fazer em Denver Quando Você Está Morto
Direção: Gary Fleder
Elenco: Andy Garcia, Christopher Walken, Steve Buscemi
Estréia: hoje, nos cines Olido 1, Liberty e circuito

O vilão mais elegante de Hollywood, Andy Garcia, está de volta em um filme policial que mistura humor negro e romance, "Coisas para Fazer em Denver Quando Você Está Morto".
A história traz um misto de vilão e herói, Jimmy "o Santo" Tosnia (Garcia), um gângster que acaba entrando em uma fria para saldar uma dívida.
Ele reúne o velho grupo de colegas criminosos que têm uma atuação desastrosa na missão que lhes é incumbida, e suas vidas são colocadas em jogo. Em meio a tudo isso, ele encontra a mulher dos seus sonhos (Gabrielle Anwar).
Em entrevista por telefone de Los Angeles, onde mora, Garcia falou do filme e de seu plano de vir ao Brasil para participar de uma produção sobre o médico paranormal Zé Arigó.
*
Folha - No filme "Coisas para Fazer em Denver Quando Você Está Morto", seu personagem, Jimmy "O Santo", é um misto de vilão e herói. Você concorda?
Andy Garcia - É muito isso. Fui atraído por essa contradição particular do personagem, que está tentando fazer o bem em um mundo mau.
Folha - O roteiro de Scott Rosemberg foi comparado nos EUA com "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino, e "O Poder da Sedução", de John Dahl. Existe uma tendência em Hollywood de se fazer filmes policiais com humor negro?
Garcia - Scott escreveu o roteiro anos antes de "Pulp Fiction". Não sei se existe uma tendência. As tendências em Hollywood aparecem e desaparecem muito rápido. É um filme independente de baixo orçamento que exige um compromisso maior por parte de quem participa dele. Ensaiamos e gravamos tudo em dez semanas.
Folha - Rosenberg afirmou que por muito tempo ninguém queria produzir o filme em Hollywood por ter humor negro e um herói que morre no final. Você não acha que isso é o que o filme tem de melhor?
Garcia - É, concordo. Também ocorreu com "Despedida em Las Vegas", que acabou sendo muito bem-recebido.
Folha - Quais os seus próximos projetos?
Garcia - Estou preparando um roteiro para filme que se chama "The Lost City", sobre Guillermo Cabrera, um romancista cubano que mora em Londres. Devo dirigir e atuar nesse filme.
Tenho um interesse especial em interpretar um personagem do Brasil, o médico cirurgião paranornal Arigó. Devo ir ao Brasil para fazer uma pesquisa sobre sua atividade.
Folha - O que o interessou no dr. Arigó?
Garcia - Ele era alguém que ficava possuído por um médico (dr. Adolph Fritz) e operava as pessoas em transe. Fiquei interessado pelo roteiro de Alan Arken, que deve dirigir o filme. John Cusack também deve integrar o elenco. E devemos filmar no Brasil.
Folha - Quando?
Garcia - Ainda não sei.
Folha - Com quais diretores você gostaria de trabalhar?
Garcia - Martin Scorsese e Stanley Kubrick.

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