São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
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Namoro firme; Em busca da saída; Questão de momento; Cooptação planejada; Revendo o passado; Reação petroleira; Caminho alternativo; Controle interno; Hábito antigo; Guerra partidária; Interesse súbito; Férias desproporcionais; Discórdia no ninho; Guerra comercial; Inspiração súbita; Disputa petista; Briga tucana

Namoro firme
Reforçando o novo diálogo governo-CUT, iniciado na reforma da Previdência, FHC prometeu a Vicentinho semana passada não pôr obstáculo ao cancelamento de leilão de sedes sindicais para pagar multa da greve dos petroleiros.

Em busca da saída
O Planalto pediu parecer à Advocacia Geral da União sobre a possibilidade jurídica do cancelamento dos leilões de sedes sindicais de petroleiros. Vicentinho falará com a Procuradoria Geral da República sobre o assunto.

Questão de momento
Interlocutores de FHC dizem que ele avalia que o momento atual difere do da greve de 1995. Já não há razão para manter o jogo duro. Em nome de um diálogo que facilite as reformas, o Planalto achou melhor mudar de posição.

Cooptação planejada
Desde a reforma da Previdência, FHC tem tomado decisões para forçar a CUT a dialogar com o governo e isolar a oposição. Já nomeou representantes da central no BNDES. As divisões na CUT têm sido contornadas por Vicentinho.

Revendo o passado
Vicentinho acha que a mudança de atitude de FHC em relação aos petroleiros contribui para um melhor clima de entendimento sobre a reformas. Mas afirma: "Jamais negociaríamos uma coisa por outra. Ele reconheceu um erro".

Reação petroleira
Vicentinho viaja depois de amanhã para Natal, onde tratará do leilão previsto para o dia 8 de março. Na greve de 95, 21 sindicatos foram multados em R$ 2,1 milhões cada. A Petrobrás aplicou 85 demissões e 1.400 punições.

Caminho alternativo
Outra esperança dos petroleiros é o projeto do líder do PT no Senado, José Eduardo Dutra (SE), que propõe anistia para as multas e punições. O ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, resiste à idéia. Pode mudar de opinião.

Controle interno
Com a reforma do Judiciário nos calcanhares, o STF mostra serviço. Reabre na tarde de hoje, algo inédito. Advogados que se cuidem. A Quarta-Feira de Cinzas conta para efeito de prazos.

Hábito antigo
Presidente do STF, Sepúlveda Pertence rejeita que o Judiciário seja o poder onde há mais nepotismo, prática que condena. "Pero Vaz de Caminha não era juiz. E ele pediu o primeiro emprego do Brasil para seu genro".

Guerra partidária
O líder Michel Temer (SP) diz que foi difícil conseguir aliar seis deputados de partidos nanicos aos 97 do PMDB para continuar a segunda força na Câmara. "Nunca suei tanto a camisa", afirma.

Interesse súbito
O ministro José Serra (Planejamento) determinou que os órgãos federais façam levantamento de todas as verbas e projetos (em execução ou não) para o Nordeste.

Férias desproporcionais
A extensão do recesso parlamentar volta a ser criticada no Congresso. O próprio líder do PFL, Inocêncio de Oliveira (PE), apóia a redução dos três meses atualmente previstos. Após o IPC, é outra regalia na agenda de 96.

Discórdia no ninho
Vice-líder do governo, Arnaldo Madeira (PSDB-SP) sugeriu que os tucanos dessem o exemplo e desistissem das emendas individuais ao Orçamento. Lavou as mãos depois do festival de bicadas que levou da bancada parlamentar.

Guerra comercial
A primeira reunião da Câmara Setorial da Indústria Gráfica e de Comunicação ocorrerá em março. Na pauta, a acusação de "dumping" contra vizinhos do cone sul que oferecem serviços com prazos de pagamento de até 360 dias.

Inspiração súbita
O jornalista Bóris Casoy, do "TJ Brasil", do SBT, diz que a decisão de dar "banana" aos deputados defensores do IPC surgiu de repente. "Achei que o comentário não estava forte. No meio, pensei: Vou dar uma banana".

Disputa petista
Defensores dos dois pré-candidatos do PT à prefeitura paulistana foram unânimes em avaliar que Mercadante venceu o primeiro debate que teve com Erundina. Mercadante é o preferido da cúpula, mas Erundina tem se fortalecido.

Briga tucana
A disputa pela presidência do PSDB conta com mais um concorrente. Além do senador Teotônio Vilela (AL) e do deputado Arthur Virgílio (AM), está no páreo o tucano José Richa (PR). Virgílio é o único em campanha aberta.

TIROTEIO
Do deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR), sobre transferência de gastos de 95 para 96 feita por FHC através de MP:
- O presidente precisa tomar cuidado com o que está assinando. Do contrário, passará à História como o autor de inovações funestas para as contas públicas.

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