São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
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Empresa pode fugir do 'leão'

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de usarem o fundo exclusivo para fugir do baixo rendimento dos fundos de curto prazo, os grupos empresariais podem utilizar a aplicação para transferir recursos entre empresas coligadas e, assim, diminuir a fatia do "leão" sobre seus resultados.
O mecanismo, segundo um banqueiro disse à Folha, funciona da seguinte maneira: uma empresa (A) com excesso de caixa e lucro abundante faz uma aplicação por 60 dias num fundo exclusivo. Outra empresa do mesmo grupo (B), que esteja com prejuízos acumulados, faz um depósito simbólico no mesmo fundo.
Pouco antes de acabar o prazo de 60 dias, a empresa A saca o principal e perde o direito ao rendimento, que fica totalmente para a empresa B, única cotista remanescente do fundo.
Segundo o banqueiro, no final do ano os bancos deixaram de fazer essas operações, devido às pressões da Receita Federal.
Alfredo Neves Penteado de Moraes, diretor da Associação Nacional dos Bancos de Investimento, negou que essas operações tenham ocorrido. Segundo ele, não há ganho fiscal nos fundos exclusivos, devido à tributação na fonte.
"Esses fundos são mais uma terceirização da tesouraria das empresas do que outra coisa."

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