São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conheça o computador que enfrentou Kasparov

DA REDAÇÃO

No fim, Kasparov venceu. Mas Deep Blue, o mais poderoso computador especialista em xadrez já construído, mostrou que a máquina é capaz de derrotar campeões humanos.
A vitória de Deep Blue -a primeira de um computador contra um campeão mundial de xadrez, em uma partida disputada segundo as regras clássicas- ocorreu no sábado, dia 10, na primeira de uma série de seis partidas.
O desafio fez parte das comemorações do 50º aniversário do Eniac, o primeiro computador.
O russo Garry Kasparov venceu a série, jogada na Filadélfia (EUA) por 4 a 2 -ganhou três, empatou duas e perdeu uma.
Deep Blue -Azul Profundo, menção à cor da IBM, que desenvolveu a máquina- é um sistema baseado em computadores RS/6.000 Scallable Powerparallel. Na verdade, é um supercomputador com 32 processadores (ou nós) trabalhando em paralelo.
Cada nó tem oito processadores especiais para xadrez, desenvolvidos por uma equipe de pesquisadores do Centro de Pesquisas Thomas J. Watson, em Yorktown Heights, Nova York.
O conjunto é capaz de examinar 200 milhões de posições por segundo. Ou até 100 bilhões de movimentos em três minutos.
Isso é mil vezes mais que a capacidade de seu antecessor, Deep Thought, criado em 1988.
O programa para tornar Deep Blue capaz de jogar xadrez foi desenvolvido em linguagem "C" e funciona com o sistema operacional "Aix" -o Unix da IBM.
Um dos critérios para Deep Blue tomar uma decisão é o valor do material -é pior perder um bispo que um peão, por exemplo.
O programa também recebe parâmetros para avaliar posições e verificar a segurança do rei. Com base neles, o computador calcula os lances válidos e escolhe o de maior valor.
Além disso, o sistema tem um banco de dados com aberturas de jogos de xadrez que traz informações sobre partidas de grandes mestres nos últimos cem anos.
Durante o desafio, o computador ficou no laboratório e transmitiu seus lances via Internet. Os movimentos foram feitos por pesquisadores da IBM.
O projeto Deep Blue começou em 1989. A máquina serve como campo de experiências para a criação de sistemas especializados de computação paralela com aplicação comercial.
Cálculos financeiros complexos ou controle de tráfego aéreo estão entre as possíveis aplicações.

Com agências internacionais.

Texto Anterior: Cyrix anuncia novos processadores 6x86; Micros Aptiva ganham chips mais poderosos; Sai "Gallery Effects" para "Windows 95"; Logitech tem scanner que é fax e copiadora
Próximo Texto: Programas de xadrez desafiam habilidades
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.