São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996 |
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Brasil pode ter uma seleção de 'estrangeiros'
HUMBERTO SACCOMANDI
Até 1994, o brasileiro que se naturalizasse voluntariamente perdia a nacionalidade brasileira. Mas a emenda revisão 03/94 permitiu a dupla nacionalidade no caso de "imposição de naturalização...como condição...para o exercício de direitos civis". Um parecer assinado em agosto de 95 pelo ministro da Justiça, Nelson Jobim, considera o trabalho como direito civil. "Se um jogador brasileiro tiver sua atividade dificultada por uma norma do país onde atua, ele pode se naturalizar sem perder a nacionalidade brasileira", disse à Folha Luiz Paulo Teles, diretor do departamento de estrangeiros do Ministério da Justiça. Como a Europa vai adotar a nova norma que privilegia a contratação de europeus -graças à luta judicial do jogador belga Jean-Marc Bosman-, os brasileiros podem se naturalizar sem perigo de perda da nacionalidade. Se isso ocorresse, não poderiam mais atuar pela seleção brasileira. A seleção pré-olímpica tem quatro jogadores "europeus" e que podem se naturalizar: Arílson, Roberto Carlos, Caio e Juninho. Num caso extremo, o Brasil poderia ter uma seleção composta majoritariamente por jogadores cidadãos também de outros países. Podem aumentar ainda os casos de brasileiros naturalizados defendendo seleções de outros países. Texto Anterior: Mauro Silva vira espanhol mas quer seguir na seleção Próximo Texto: Corinthians faz 'lavagem cerebral' em Rio Preto Índice |
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