São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Redenção na semifinal

CIDA SANTOS

O ginásio de Ribeirão Preto vai ferver: hoje é dia da semifinal mais eletrizante da Superliga Feminina. O BCN, da pérola negra Hilma e dono de um ataque da pesada, faz o segundo confronto contra o Trasmontano, de Vera Mossa, que depois de sete anos pode voltar para a seleção.
O campeonato, que pecou pela falta de equilíbrio entre as equipes participantes, está se redimindo nesta semifinal.
BCN e Trasmontano fizeram na sexta um dos melhores jogos da temporada. Foram 2 horas e 39 minutos de disputa emocionante, como no segundo set, quando a bola chegou a ficar 49 segundos sem cair no chão, com defesas perfeitas das duas equipes.
O BCN tem vantagem de uma vitória e um certo favoritismo.
O time, com seis atletas da seleção, tem uma levantadora em grande forma. No quarto set do último jogo, Cátia ganhou aplausos da torcida. Ela recebeu uma bola de Ida. Em lugar de levantar, deu um toque direto e enganou todo mundo. A bola atravessou a quadra do Trasmontano e caiu sem defesa lá no fundo. Uma perfeição.
Na outra semifinal, o Leite Moça é o favorito. O time joga junto há duas temporadas, tem um entrosamento perfeito e conta com a maestria de Fernanda Venturini.
Mas a equipe também tem o que Fernanda define como espírito vencedor: "Na decisão, não há insegurança, nem medo de errar".
Em quadra, o Leite Moça mostra novidades. Uma delas é Ana Paula, que passou a atacar mais do fundo da quadra. Até a temporada passada, ela batia poucas bolas detrás da linha dos três metros. Com Ana Paula, Denise e a entrada de Karen Negrão, o time tem agora três atacantes que batem do fundo.
Outra novidade é a velocidade no ataque de Perereca, que tem a missão de substituir Ana Moser. Fernanda e Perereca inventaram a "Gigio", uma versão feminina da bola rápida na ponta que Maurício faz com Giovane na seleção.
O público da Superliga feminina caiu. Segundo números publicados pela Folha, em 94/95 a média era de 584 pessoas por jogo. Agora passou para 442. Além da falta de equilíbrio entre os times, a tabela contribui para essa queda.
Exemplo? Leite Moça e Sollo jogaram sábado e ontem as duas semifinais. Os jogos seguidos cansam as atletas, provocam queda de rendimento em quadra e afastam o público. Entre uma partida e outra é preciso intervalo para saborear os lances, divulgar o próximo jogo e despertar a atenção da torcida.

Notas
Na Superliga Masculina, a temperatura começa a esquentar.
Report/Suzano e Olympikus, as duas equipes com melhores campanhas, confirmaram o favoritismo e estrearam com vitórias nas quartas-de-final. A disputa vai pegar fogo amanhã, no segundo jogo entre Frangosul e Flamengo, no Rio, e quarta, com Banespa e Chapecó, em São Paulo.
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As tietes podem ir preparando corações e lenços. Os três últimos solteiros do time titular brasileiro campeão olímpico em 92 estão de casamentos marcados. Maurício, Tande e Marcelo Negrão vão casar logo depois da Olimpíada-96. Já os fãs da geração de prata podem comemorar: Xandó deverá retornar às quadras na próxima temporada, defendendo o Olympikus.
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No Italiano, o Alpitour Coneo, do espanhol Rafael Pascual, passou pelo Ravenna, do russo Fomin, e manteve a liderança com 19 vitórias e 2 derrotas. A vice-liderança é do Modenna. O Napoli, do brasileiro Pampa, perdeu para o Bologna e deixou escapar a chance de saltar do nono para o oitavo lugar. Os oito primeiros colocados disputam os playoffs.
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No Japonês, a NEC, de Eduardo Pezão, está classificada para as finais, dias 9, 10 e 11 de março. Em 24 rodadas, a NEC tem a menor campanha: 18 vitórias e 6 derrotas. Também estão classificados o Nippon Steel e o Suntory, do norte-americano Bob Samuelson.

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