São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Jogador premeditou fuga da delegação pré-olímpica

MARCELO DAMATO; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS A TANDIL

O meia Souza e o meia-atacante Jamelli teriam sabido da fuga de Arílson antes da comissão técnica. Os dois se encontraram com Arílson no centro de Tandil, quando ele foi a um bar para se despedir dos colegas.
"Ele (Arílson) pediu ao pequeno moreno (Souza) para sair do carro e ficaram conversando na calçada. Depois, esse e o loiro (Jamelli) falaram que o outro ia para a Alemanha", contou o motorista de táxi Juán António Alonzo.
Foi Henrique, irmão, de Juán António, que levou Arílson a Buenos Aires (leia texto abaixo).
Jamelli e Souza negaram conhecimento da fuga. "Conversamos sobre outras coisas", afirmou Jamelli. "Ele estava estranho, mas não disse nada", disse Souza.
O atacante Leandro confirmou que Souza sabia da partida.
"O Arílson falou ao Souza para que eu levasse os restos das coisas dele para Porto Alegre."
Para fugir, Arílson enganou o administrador da seleção, Carlos Alberto da Luz.
Disse que precisava do passaporte para passear em Tandil. Na verdade, queria o documento para viajar à Alemanha.
Mas a fuga de nada vai adiantar a ele. A CBF comunicou o fato à Fifa (entidade dirigente do futebol mundial) e Arílson está proibido de jogar pelo clube até a desconvocação da seleção, no dia 7.
Se a CBF quiser, pode pedir suspensão do jogador à Fifa, mas é improvável que seja aprovada.
Essa é a segunda vez que Arílson age assim. Em 93, ele fugiu da concentração do Grêmio (RS).
No sábado, Arílson foi visto à saída da concentração por Amaral. "Por que você vai passear de terno?", perguntou o jogador.
Na quarta-feira, o preparador físico Prima conversou com Arílson. "Senti que ele iria sumir", disse.
Na quinta-feira, o supervisor Américo Faria reuniu-se com o jogador. "Avisei-o para não ir."
Um dia antes, o Arílson afirmou em Tandil ao seu empresário Nílson Maldaner que iria fugir.
A comissão técnica imporá controle rígido. Não haverá mais folgas até 23h, como sábado.
O Brasil enfrenta o Uruguai amanhã. Anteontem, o técnico Zagallo chorou ao ver um carro de Ayrton Senna num museu.
Num bar em Tandil, jogadores tomaram cerveja. Beto ofereceu um copo a atletas uruguaios, que recusaram.
(MD e MM)

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