São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Forbes tenta ressuscitar campanha

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Três Estados do oeste dos EUA realizam amanhã eleições primárias que ajudarão a definir o candidato de oposição a Bill Clinton em novembro.
Arizona, Dakota do Sul e Dakota do Norte escolherão mais delegados à convenção nacional do Partido Republicano (75) do que os até agora já comprometidos com os quatro principais pré-candidatos republicanos (70).
O empresário Steve Forbes, 48, fez o que pôde ontem para mostrar que sua campanha havia ressuscitado no sábado com a vitória na primária do pequeno Estado de Delaware, Costa Leste do país.
Mas, ainda que importante, o resultado em Delaware tem de ser relativizado por diversos fatores.
Primeiro: Forbes foi o único a gastar tempo e dinheiro na campanha de Delaware, porque todos os outros resolveram ignorar o Estado para não prejudicar as chances em New Hampshire.
New Hampshire tem uma lei estadual que obriga o Estado a realizar suas primárias pelo menos uma semana antes de qualquer outra no país. Delaware tentou obscurecer essa primazia marcando as suas para quatro dias depois.
Bob Dole, Pat Buchanan e Lamar Alexander preferiram não ofender os brios de New Hampshire e não se inscreveram nem apareceram em Delaware para a campanha. Seus nomes foram colocados nas cédulas à revelia.
Além disso, a abstenção em Delaware no sábado foi muito alta: apenas 25% dos eleitores republicanos em condições de votar foram às urnas. Forbes teve 33% dos votos; Dole, 27%; Buchanan, 19%; e Alexander, 13%.
Como as regras da primária republicana de Delaware dizem que o vencedor fica com os votos de todos os delegados, Forbes ganhou 12 e pulou do quarto para o segundo lugar em número de votos de delegados comprometidos.
Ele tem 17 votos de delegados, contra 28 de Buchanan, 16 de Dole e 9 de Alexander. Como Arizona também dá todos os seus delegados (39) a quem vencer a primária republicana, é ali que se concentra o interesse amanhã.
Os quatro candidatos passaram o dia ontem neste quente e quase desértico Estado, que só se viabilizou após a invenção do ar-condicionado, no início deste século.
As pesquisas de intenção de voto em Arizona mostram Dole e Buchanan em empate estatístico, Alexander em terceiro e Forbes em distante quarto.
Dole, 72, que perdeu duas primárias em cinco dias, precisa vencer em Arizona. Se não, será difícil continuar convencendo o público de que é o único candidato viável da oposição.
Alexander, 55, também precisa vencer em algum lugar amanhã ou, na pior das hipóteses, na Carolina do Sul no dia 2, para que seu argumento de que ele é a opção "moderna" a Buchanan possa fazer algum sentido.
Para Buchanan, 57, o que vier é lucro. Ele é o grande azarão da campanha. Sem dinheiro nem apoio da cúpula republicana, pode argumentar, com razão, que seu único suporte são os votos.

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