São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
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Goleiros brilham no Pré de goleadas

MARCELO DAMATO
ENVIADO ESPECIAL A TANDIL (ARGENTINA)

Num Pré-Olímpico marcado por número e média de gols recordes (veja quadro abaixo), as seleções finalistas têm em comum, mais que goleadores, bons goleiros.
Dida (Brasil), Cavallero (Argentina), Flores (Uruguai) e Dudamel (Venezuela) são os melhores goleiros do Pré, ao lado de Aceval, do Paraguai, a terceira força do Grupo A.
Os goleiros finalistas são fisicamente diferentes. Dida é o mais alto: 1,95 m. Dudamel, o mais baixo, tem 1,80. Já Flores pesa 89 kg para 1,83 m. Cavallero tem um biótipo médio.
Contra a Argentina, por exemplo, apesar dos três gols sofridos, foi apontado por jornais argentinos como o melhor em campo. Suas defesas desmancharam dez chances claras de gol.
No jogo anterior (1 x 0 sobre a Colômbia), ele já havia sido o destaque, parando o ataque colombiano no primeiro tempo.
No último jogo, sua atuação garantiu o 0 a 0 que valeu a vaga.
Dudamel, apesar dos 22 anos, têm experiência na seleção principal. Jogou na equipe que fracassou na Copa América-95. Seu clube é o Santa Fé, de Bogotá (Colômbia).
Se sobra experiência a Dudamel, ela não faz falta à maior surpresa da Argentina no Pré.
Pablo Oscar Cavallero, terceiro goleiro do Vélez Sarsfield, nunca atuou numa equipe profissional, e foi chamado, em princípio, para ser reserva de Bóssio, titular absoluto do Estudiantes e eventual da seleção principal.
Mas Carballero foi bem na etapa de preparação e criou um problema para o técnico. Só na véspera da abertura do Pré, Passarella anunciou que ele seria o número 1. E não se arrependeu.
Ao contrário do seu estilo, o técnico Daniel Passarella tem elogiado esse jogador, que é o goleiro menos vazado da competição -um gol em quatro jogos.
"Sinto-me obrigado a confessar que ele me surpreendeu. É muito maduro para um jogador que nunca jogou nos profissionais."
O brasileiro Nélson de Jesus, Dida, tem tido atuações mais discretas, mas boas o suficiente para que não recaiam sobre ele as críticas às atuações da defesa da seleção brasileira.
Contra a Bolívia, sexta-feira, ele ganhou aplausos do público ao defender com as mãos uma finalização de curta distância e caído, tirar a bola da área com um chute que acabou até criando uma jogada de contra-ataque para o Brasil.
Já Cláudio Flores, titular do Peñarol, teve atuação decisiva nas duas primeiras partidas do Uruguai (2 x 0 Bolívia e 4 x 2 Peru).
Por outro lado, os países com os piores goleiros, por outro lado, são os que mais sofreram gols.
O peruano Díaz, protegido do técnico Fredy Ternero, sofreu 11 gols dos 13 da sua seleção, em dois jogos em meio (Villanueva sofreu dois em uma partida em meia).
No Equador, Borja sofreu vários gols defensáveis entre os 18 que colecionou em 4 partidas.
Juntos, Díaz e Borja sofreram 39% dos gols das 18 primeiras partidas do Pré.

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