São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Marrey toma posse e critica antecessores

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao tomar posse ontem na Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, o procurador Luiz Antônio Marrey responsabilizou direções anteriores do órgão pela impunidade na administração pública.
"Não é razoável que investigações sobre eventual má gestão do dinheiro público se arrastem anos sem uma conclusão." Para ele, essa demora gerou "verdadeira situação de impunidade".
Para agilizar apurações de supostas irregularidades em governos anteriores, prometeu aumentar de 8 para 14 o número de promotores só na Comarca da capital.
Compareceram à posse, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, o governador Mário Covas, o prefeito Paulo Maluf e o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, ministro José Celso de Mello Filho.
Em seu discurso, Marrey disse que a sua escolha por Covas foi um ato de "coragem". Ele foi o segundo nome mais votado na escolha do procurador-geral.
O primeiro colocado foi o ex-procurador José Emmanuel Burle Filho, que Marrey acusa de ter ligações com os ex-governadores Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho. Para ele, Burle representava o "corporativismo".
Disse que sua escolha não foi antidemocrática. "Errada e antidemocrática é a concepção de alguns que parecem pensar serem os donos de uma instituição pública."
Celso de Mello disse que Marrey representa o "sonho de fazer do Ministério Público uma instituição livre de injunções marginais e imune a pressões ilegítimas".
Outro lado
Burle Filho disse que sempre teve uma atuação "técnica e profissional". "Nenhuma crítica vai me deixar contrariado. Os fiscais do procurador são os promotores. E eu fui aprovado por eles."

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