São Paulo, domingo, 3 de março de 1996
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Japão quer Brasil exportando alimentos

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os representantes da Keidanren (confederação da indústria japonesa) -que visitaram o país na última semana- puderam confirmar a tese de que o Brasil terá papel estratégico como fornecedor de alimentos para a América Latina, Estados Unidos e Europa.
O Japão deve se beneficiar também por ser tradicional importador de grãos e de suco de laranja.
A avaliação é de Takanori Suzuki, ex-presidente do conselho de administração do Banco de Tokyo e consultor especial da Deloitte Touche Tohmatsu, responsável pela atração de investimentos japoneses para o Brasil.
Ele argumenta aos interlocutores japoneses que é necessário desconcentrar os investimentos na Ásia.
A economia brasileira voltou a receber a atenção internacional com a queda nas taxas de inflação.
Como exemplo, o Plano Real, ao reduzir o patamar inflacionário, colocou no mercado 20 milhões de novos consumidores e produziu crescimento de 30% no consumo de alimentos, diz.
Os representantes da Keidanren que vieram ao Brasil foram de grandes empresas oligopolistas (que controlam mercados).
Suzuki acredita que é preciso, também, facilitar a análise de viabilidade econômica de pequenos e médios projetos.
O objetivo é aproveitar oportunidades do mercado interno, utilizando tecnologias desenvolvidas no Japão.
Suzuki lista as seguintes exigências para que o Brasil entre na rota do investimento japonês: controle continuado da inflação, ampliação do mercado interno e estabilidade nas regras do jogo.
Suzuki redigiu o livro "Brasil, o despertar de uma grande nação", em japonês, distribuído até no Palácio Imperial. Ele acompanha a tradução para o português.

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