São Paulo, domingo, 3 de março de 1996
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Paixão pelo futebol ganha lugar na Record

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Igreja Universal e sua TV Record descobriram para que serviam os estádios antes de se tornarem palco de cultos em massa.
Explorada quase que apenas pela Globo e Bandeirantes, a paixão pelo futebol também ganhou lugar no canal, criando uma superexposição da modalidade.
O esporte transformou-se em carro-chefe da programação da Record, que aproveitou-se da "diáspora" do jornalismo esportivo da Bandeirantes para contratar novos quadros.
Chegando na nova casa, Mário Sérgio, Ely Coimbra e José Luís Datena encontraram-se com Luiz Alfredo, que veio do SBT.
Os quatro se adaptaram rapidamente aos novos patrões. Tanto é que, durante uma transmissão do Campeonato Paulista, conseguiram abrir brecha, entre as jogadas, para falar do flamenguista pastor Roberto Didini.
Na conversa, Mario Sérgio e Luiz Alfredo desfilaram vários elogios e realçaram as qualidades do apresentador do "25ª Hora" com uma bola nos pés.
Sábado retrasado, antes da partida em São José do Rio Preto entre América e Corinthians, o próprio Didini, em uma entrada ao vivo, surgiu em pleno gramado, só que no Pacaembu -onde acontecia mais um show de música gospel.
Microfone na mão, disparou uma mensagem cristã para a juventude, maioria do público que esperava o início do jogo.
Enquanto isso, Bandeirantes e Globo jogam na defensiva.
A Bandeirantes cortou boa parte de seus programas esportivos, demitindo e acumulando funções para os que ficaram. Já a Globo eliminou a figura do comentarista em suas transmissões.
No Pré-Olímpico, Galvão Bueno, dono de um histórico de desavenças com comentaristas -que inclui até Pelé-, narra e critica cada lance das partidas, convidando os telespectadores a compartilhar sua opinião.

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