São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996 |
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Brasileiras mantêm hegemonia na areia
CLÁUDIA MATTOS
Elas venceram, na final, a dupla australiana Pottharst/Cook por 12/8 e 12/9, em 1 hora e 40 minutos, na arena da praia de Copacabana (zona sul do Rio). Na decisão do terceiro lugar, as medalhas de bronze ficaram com as brasileiras Adriana Behar e Shelda, que venceram com facilidade a dupla norte-americana McPeak/Reno por 15/2. Com a classificação para a final, as australianas tiraram da dupla brasileira Adriana e Mônica o terceiro lugar no ranking final, que terminou com Jacqueline e Sandra em primeiro (462 pontos), seguidas por McPeak e Reno (430). Na final, Jacqueline e Sandra mantiveram a mesma tática utilizada durante todo o torneio: disparar no placar logo no início dos sets e, depois, administrar a vantagem. "Quando a gente abre logo no início, tem como relaxar e respirar depois. Elas marcam dois pontos, a gente também. Só que a gente termina primeiro", disse Jacqueline. Ao contrário dos outros jogos que disputaram em Copacabana, a dupla brasileira começou perdendo por 2 a 0, mas, em poucos minutos, virou e abriu 8 a 2. As australianas, então mudaram a tática do saque. Em vez de sacar forçado, no estilo "viagem ao fundo do mar", elas passaram a sacar balanceado, alternando bolas curtas e sem peso com outras longas e potentes. As brasileiras tiveram dificuldades para fazer o passe e permitiram que a as adversárias diminuíssem a diferença para apenas dois pontos. Mas a tática brasileira se mostrou eficiente e elas fecharam o set. O segundo set foi mais disputado. Jacqueline e Sandra logo abriram 4 a 0, mas as rivais empataram. O placar seguiu equilibrado até 10 a 7, quando a torcida começou a gritar "é campeão" para as brasileiras. Jacqueline foi a jogadora mais eficiente da final, com aproveitamento total de 62%. Com deixadinhas que desmontaram a defesa adversária, ela marcou 11 dos 17 pontos que a dupla conquistou por seu próprio méritos. Os demais foram em erros das adversárias. Outro ponto alto da dupla brasileira foi praticamente não ter errado durante a final. Elas cederam apenas um ponto às australianas. "A gente deixou elas doidinhas. Conseguimos variar as jogadas", disse Jacqueline. Ela, que durante anos foi titular da seleção brasileira de vôlei de quadra, deu um show de levantamento, inclusive possibilitando a Sandra fazer fintas no ataque. "Nós é que começamos a fazer fintas no vôlei de praia. Antes, a gente só fazia este tipo de jogada quando estava perdendo. Agora não. A gente está fintando desde o início do jogo. Haja pulmão", afirmou Jacqueline. Texto Anterior: O cabeça-de-vento Próximo Texto: Norte-americanas exibem 'sangue latino' Índice |
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