São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Ave está ameaçada de extinção

DA ENVIADA ESPECIAL

A maior arara do mundo, a arara-azul brasileira (Anodorhynchus hyacinthinus), está em perigo de extinção.
Entre 2.500 e 5.000 araras-azuis vivem atualmente em pequenas populações, desde o sul do Pantanal brasileiro até o limite inferior da floresta amazônica.
A ave foi capturada durante décadas, principalmente para ser vendida no exterior como "animal doméstico" e para a confecção de artesanato, como cocares.
Até os anos 80, os filhotes brasileiros eram o alvo principal do tráfico de animais silvestres.
Com a criação de mecanismos internacionais como o Cites (sigla em inglês para Convenção Internacional para o Mercado de Espécies Ameaçadas"), que colocou a arara-azul na categoria "perigo de extinção", a venda ilegal das aves foi reprimida.
O tráfico passou, desde então, a ser mais "cuidadoso": as araras eram "exportadas" para Bolívia e Paraguai e dali chegavam ao mercado exterior.
Mas os filhotes não estavam mais "disponíveis". Os responsáveis pelo tráfico ilegal passaram a caçar adultos: machos e fêmeas.
Alguns estudos mostram que, em apenas 30 anos, a arara-azul desapareceu de algumas regiões do Brasil. Hoje são encontradas apenas em pequenas populações espalhadas pelo país.
A espécie se alimenta principalmente de frutos de palmeiras, nozes e frutas. Ao contrário do que acontece com os periquitos, que raspam os frutos com o bico, a arara-azul quebra o fruto de palmeiras como o acuri e a bocaiúva, comuns no Pantanal.
É fácil vê-las. Normalmente fazem ninho na bocaiúva. Com o bico, considerado desproporcional para o tamanho do corpo, elas abrem buracos dentro do tronco das árvores.
Buracos são sinais quase certos de que as aves estão por perto.

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