São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996
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Dieese apura menor inflação desde 1973

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) também comprovou que o custo de vida dos paulistanos estabilizou-se em fevereiro.
Segundo o órgão, o custo de vida aumentou apenas 0,05% no mês passado para as famílias com renda entre R$ 100 e R$ 3.000. Essa é a menor taxa desde dezembro de 1973, quando o custo de vida caiu 1,78%). Para a Fipe, o custo de vida dos paulistanos subiu 0,40% em fevereiro.
Segundo o Dieese, a queda foi de 4,54 pontos percentuais em relação a janeiro, quando o aumento foi de 4,59% (este dado foi retificado; o divulgado em janeiro era 5,41%).
Para as famílias com renda entre R$ 100 e R$ 300 o custo de vida subiu 0,51% em fevereiro, com queda de 1,79 ponto. Para renda entre R$ 100 e R$ 500 a alta foi de 0,45%, com redução de 2,78 pontos.
Segundo José Maurício Soares, supervisor da pesquisa do Dieese, o custo de vida subiu pouco porque dos 316 produtos, bens e serviços pesquisados, 189 deles (60%) tiveram aumento abaixo de 1%. Outros 151 itens tiveram estabilidade ou queda, enquanto apenas 127 subiram mais de 1%.
O aumento do grupo comunicação ainda é reflexo do reajuste das tarifas de telefone. Os 9,21% de fevereiro estão, porém, bem abaixo dos 55,26% de janeiro.
As principais baixas foram para vestuário (2,88%) e educação e cultura (1,91%). Este último grupo tinha apresentado, em janeiro, a segunda maior alta, com 28,02%, devido ao aumento das mensalidades escolares.
O índice de março deverá ser superior ao de fevereiro, mas não deve passar de 1%. Devem contribuir para a alta as mensalidades de escolas que deixaram o reajuste para este mês e os combustíveis.
O custo de vida acumulado no ano é de 4,64% para rendas entre R$ 100 e R$ 3.000. A taxa ainda está bem acima da apurada por outros institutos (a da Fipe está em 2,23%). Nos últimos 12 meses a alta é de 43,87%, segundo o Dieese.
A partir de julho a taxa em 12 meses será bem menor. É que estarão sendo excluídas do cálculo as taxas dos primeiros sete meses de 95, que foram bastante altas. O Dieese prevê que até o final deste ano o índice fique entre 15% e 20%.

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