São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Terra de cego; Hay gobierno, soy a favor; Neoliberal, eu?; Culpa dos outros; Perdidos no espaço; Ser ou não ser; Forças ocultas; Caridade parlamentar; No vermelho; Buscando horizontes; Embaixador tupiniquim; Sem alternativa; Fim da carta branca; Vai mal; Faxina geral; Coerência partidária

Terra de cego
A crise da CPI dos bancos e da reforma da Previdência referendou o que já é lugar-comum: o partido de FHC é mesmo o PFL. Foi a cúpula pefelista quem cuidou dos interesses do Planalto enquanto FHC estava no Japão.

Hay gobierno, soy a favor
De todos os partidos, o PFL é o de perfil mais definido: é neoliberal, e ponto final. Sabe o que quer: o poder e suas benesses, a qualquer preço. E tem uma cúpula unida, ao contrário do PMDB, onde a regra é o conflito.

Neoliberal, eu?
Paulo Bornhausen (PFL-SC) diz que os tucanos "não superaram uma crise de identidade". Por isso, o PFL é mais governista e leal a FHC. "O PSDB faz as coisas com timidez", ironiza.

Culpa dos outros
De volta, FHC ouvirá o choro dos aliados. Os líderes partidários acham desastrosa a articulação política do governo. E culpam metade dos ministros pela rachadura na base de apoio.

Perdidos no espaço
A oposição, coitada, ficou jogando água no moinho de Sarney, que fez jogo múltiplo a semana inteira. Perdidos, PT, PDT e cia. continuam fazendo festa com a alegria dos outros.

Ser ou não ser
Um líder do PFL, sintonizado com Sarney e ligado a FHC, garante que a CPI dos bancos não sai. Maluf entrou na onda do morde e assopra para pressionar por mais espaço no governo.

Forças ocultas
O mesmo cacique do PFL notou que, com os líderes partidários do Senado fora do país, a crise da CPI dos bancos refluiu. "São os velhos fantasmas."

Caridade parlamentar
Na retaliação do PSDB aos infiéis da reforma da Previdência, o PT salvou o tucano Tuga Angerami. Eduardo Jorge (PT-SP) cedeu seu lugar a Tuga na Comissão de Seguridade após o tucano ser vetado por seu partido.

No vermelho
O governador Antônio Britto deve explicação a FHC. Três deputados gaúchos votaram contra a reforma da Previdência. Britto possui dois ministérios e a CEF. Mas não tem ajudado muito.

Buscando horizontes
Em conjunto com cinco universidades cariocas e com a FGV, a Escola Superior de Guerra vai realizar, em outubro, no Rio, o encontro nacional "O Brasil e o mundo no século 21".

Embaixador tupiniquim
Nem FHC nem Sarney. O governador Siqueira Campos (PPB-TO) é o personagem da semana. Provou o valor do homem brasileiro no Alasca, tentando pagar umas bugigangas com reais, e no Japão, assediando, no bom sentido, a princesa Sayako.

Sem alternativa
Experientes caciques pefelistas até cogitaram um rompimento de FHC com Sarney, mas concluíram ser impossível. O presidente terá que fazer um jogo de paciência com uma raposa política que quer a sua cadeira.

Fim da carta branca
Demorou, mas Covas decidiu enviar à Assembléia modificações à lei de concessões. A aprovação dos deputados valerá só para o setor elétrico. Concessões em outras áreas precisarão de projetos e votações específicas.

Vai mal
Covas não sabe o que é pior. Para cada R$ 100 que consegue cobrar da dívida ativa do Estado, gasta R$ 107 em encargos e honorários judiciais. Pior: o gastos com funcionários do Poder Judiciário dobraram desde 94.

Faxina geral
Geraldo Brindeiro começa a desmontar a equipe de Aristides Junqueira na Procuradoria da República. O primeiro a sair é Álvaro Costa, dos Direitos do Cidadão. Brindeiro promete um time mais técnico. Leia-se: que traga menos dificuldades ao governo.

Coerência partidária
Na convenção do PTB, que ocorreu na semana que passou, foi derrubada por unanimidade proposta para negar legenda a candidatos acusados de corrupção. Maldosamente, foi batizada de "Operação Salva Fleury".

TIROTEIO
De Ciro Gomes (PSDB), ex-ministro da Fazenda, ex-governador do Ceará e discípulo de Mangabeira Unger, sobre FHC:
- O presidente demonstra que não entende patavina de política. Não vai resolver a crise do Brasil usando apenas o seu charme pessoal.

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