São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Ponte Aérea assusta neozelandesa

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

"É ridículo um passageiro precisar pagar US$ 130,00 para um vôo de 40 minutos", desabafa Stephanie Nolloth.
Neozelandesa, Stephanie trabalha numa empresa de equipamentos médicos.
Ela estava no fim da tarde de anteontem em Congonhas (zona sul de São Paulo), a ponto de embarcar pela Ponte Aérea para o Rio de Janeiro.
Desregulamentação
Stephanie disse que, em seu país, há duas grandes empresas regionais e que elas concorrem pela melhor oferta de preços.
Também em Congonhas, mas desembarcando de Ribeirão Preto, o empresário Sarkis Aprahamian disse que o ideal seria conciliar preços mais baixos com conforto e segurança nos vôos.
Com uma boa parte de sua vida profissional dentro de um avião -esta semana irá para Tucumã, na Argentina, e sábado para os Estados Unidos- ele é partidário da desregulamentação do mercado. Ou seja, a possibilidade de as empresas, via tarifas diferenciadas, disputarem fatias de mercado.
Não é outra a posição de João Aparício Costa, que embarcava para Brasília.
"Eu viajo a negócios entre Miami e Nova Orleans (ambas cidades localizadas no Sul dos Estados Unidos) e para um vôo de duas horas cheguei a pagar só US$ 108,00", diz ele.
A comparação com as tarifas cobradas no Brasil é inevitável. "Entre Brasília e São Paulo, estou pagando R$ 249,00 (o equivalente a US$ 252,51 pelo câmbio comercial na cotação do dia 15) por um vôo de uma hora e quinze minutos."
Pacote
Simone Martin desembarcava do Rio onde, com 22 colegas de trabalho, participou de um curso de treinamento da empresa de fotocopiadoras em que trabalha.
Afirmando que não viajava muito de avião, Simone disse que "se as passagens fossem mais baratas, o curso teria saído mais em conta para a minha empresa".
Carlo Fattini, professor na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, embarcava para Belo Horizonte.
Pagou por sua passagem R$ 436,00.
Pois foi exatamente esse o mesmo valor com que, em agosto no ano passado, comprou um pacote turístico para as serras gaúchas.
O pacote incluía as passagens aéreas, a própria excursão e a hospedagem em hotéis quatro estrelas.
(JBN)

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