São Paulo, quarta-feira, 20 de março de 1996 |
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Novela ajuda a achar desaparecidos
CLÁUDIA MATTOS
Há 11 dias, a novela da Rede Globo, de autoria de Glória Perez, trouxe o problema à tona ao fazer a personagem Odaísa, cujo filho pequeno desaparece, se integrar ao grupo das Mães da Cinelândia. O grupo, que antes da novela era formado por 20 mães que se reuniam semanalmente na Cinelândia (praça do Centro do Rio) com fotos de seus filhos desaparecidos, agora já conta com 35 mães. Um dos reencontros ocorreu ontem no Centro Municipal de Assistência Social Integrada Casa da Colina, na Mangueira (zona norte). Juliana Bernardes, 11, desapareceu em janeiro de 95. "Fugi de casa porque meu pai me batia." Na última quinta, viu a mãe, Elza Bernardes, segurando uma foto sua em uma cena de "Explode Coração". "Fiquei triste porque achei que ela estava pensando que eu tinha morrido e resolvi dizer que aquela menina da foto era eu". Juliana só concordou em voltar para casa se não apanhasse mais. As outras crianças reencontradas foram M.C.B., 15, desaparecida há oito meses, Maria Patrícia Oliveira da Silva, 10, e Célio de Almeida Jr., 13, desaparecido há dez anos. O centro recebia, em média, dois telefonemas por dia de pessoas que diziam ter localizado crianças desaparecidas. Desde que as mães passaram a aparecer na novela, o número de telefonemas chega a 40. O secretário da Segurança do Rio, Nilton Cerqueira, quer criar um grupo de investigação policial especializado neste tipo de caso. Além de mostrar as crianças desaparecidas durante a novela, as fotos também aparecem no fim, enquanto são mostrados os créditos do programa. Os telefones de contato com o Centro são (021) 220-9903 e (021) 220-9009. Texto Anterior: Preso acusado de ataque a torcedores santistas Próximo Texto: Prato de peixe é opção na Semana Santa Índice |
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