São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Rapaz mata ex-mulher e se suicida

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O administrador de empresas desempregado Djalma Ferreira da Costa, 30, matou ontem sua ex-mulher, Lucineide Gonçalves Leite, 23, e se suicidou em seguida.
O crime aconteceu às 9h30, na altura do número 796 da rua Olavo Freire, no Pacaembu (zona oeste de São Paulo).
Segundo a polícia, pelo menos o suicídio deve ter sido premeditado, porque foi mencionado em uma carta-testamento encontrada com o administrador.
Costa vinha ameaçando Lucineide de morte havia seis meses. Quando ela deixou a casa em que os dois moravam, no Jardim Tremembé (zona norte), há cinco meses, as ameaças se intensificaram.
Família e amigos da vítima dizem que ela denunciara isso à polícia.
Na noite de anteontem, um carro da PM chegou a deter Costa em frente à pensão em que Lucineide morava, na rua Olavo Freire.
Segundo Douglas Pereira da Silva, 26, que cuida da pensão e presenciou o crime, os policiais o levaram embora, "deram umas voltas" e depois o soltaram.
Na manhã de ontem, Costa voltou e a matou (veja quadro abaixo).
Parentesco
As famílias de Costa e de Lucineide se conhecem há dez anos, porque Francisca Leite, 35, irmã da vítima, se casou com o pai de Costa.
Os dois passaram a morar juntos em 92. Segundo Lucimar Leite, 22, outra irmã da vítima, "eram apaixonados, mas brigavam muito".
Há cerca de um ano, as brigas começaram a ficar sérias. Lucineide disse para colegas do Bingo 23, no Paraíso (zona sul), onde trabalhava, que queria se separar.
Em um dos desentendimentos seguintes, Costa teria dado vários tiros dentro de casa com o revólver com que andava -um Rossi calibre 38, cano curto, herdado do pai.
Nenhum tiro acertou Lucineide, mas ela decidiu se mudar, sem revelar o endereço, para a pensão do Pacaembu. Segundo Francisca Leite, ele contratou detetives e descobriu onde ela havia ido morar.
Ele já havia ido à pensão discutir com a ex-mulher outras vezes, antes de anteontem.
"Ele sempre a ameaçava de morte e mostrava o revólver em público", contou uma funcionária do bingo que não quis se identificar.
Há quatro meses, Costa abordou Lucineide com amigos no bar Sabor a Mil, a 200 metros do bingo, e deu um tiro contra o próprio peito.
"A bala era de festim e ele só se queimou", afirmou outra amiga.

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sobre o crime na pág. 2

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