São Paulo, sexta-feira, 22 de março de 1996 |
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Juiz Valter Senra se diz 'gay' perseguido
MÁRIO MAGALHÃES
"Sou gay, não me importo com meu apelido de Bianca, mas nunca transei em campo nem cantei qualquer jogador", afirmou. Senra poderia ser suspenso ontem à noite pela Federação do Rio devido aos seus erros na vitória de 2 a 1 do Flamengo contra o Bangu. O Botafogo ameaça disputar com a equipe reserva o Campeonato Estadual caso Senra não seja punido. O jogador Renato Gaúcho (Fluminense) pediu árbitros de fora do Rio para as partidas do Flamengo. O Bangu quer anular o jogo. Na partida, Valter Senra teve quatro decisões polêmicas: 1) Expulsou o jogador Edílson, do Bangu, aos 2min do segundo tempo, por suposta reclamação. 2) Errou ao permitir cobrança de falta antes que Edílson deixasse o campo, o que é irregular. 3) No mesmo lance, marcou pênalti sobre o lateral Gilberto, do Flamengo, negado até mesmo por alguns atletas flamenguistas. 4) Prolongou o segundo tempo até os 63min, apesar de a paralisação ter sido de 12 minutos. Aos 59min, Nélio fez o gol da vitória. Valter Senra disse ontem à Folha que Edílson saíra de campo quando foi batida a falta, ao contrário do que mostra imagem de TV. Afirmou que houve pênalti e que foi certo acrescentar 18 minutos. O árbitro negou que tenha sido xingado e agredido por banguenses, ao contrário do que registram fotos e imagens de televisão. "Sou vítima de perseguição. Minha vontade é abandonar a arbitragem. Talvez faça isso." Em 94, ele teve o nome envolvido no processo da Polícia Civil que investigou o escândalo da arbitragem, suposto esquema de "fabricação" de resultados no Rio. Em 93, só terminou aos 53min do segundo tempo, sem motivo, um jogo da Portuguesa, no estádio do Canindé, em São Paulo. A equipe local precisava golear o time do Remo (PA), mas não conseguiu. Texto Anterior: Juventus; São Paulo Próximo Texto: Em 1989, Fla teve prejuízo Índice |
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