São Paulo, sexta-feira, 22 de março de 1996
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Canadá é modelo alternativo para artistas

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Começa segunda-feira no Paço das Artes, na Cidade Universitária, o ciclo de palestras "Arte Contemporânea: Contribuições Canadenses", com a presença do curador Wayne Baerwaldt, diretor do Plug In Inc. em Winnipeg, no Canadá.
O Plug In Inc. é um dos vários centros de artistas que surgiram no Canadá na década de 70. Funcionam como uma alternativa às galerias e contam com apoio de políticas governamentais para a arte.
As palestras que começam na segunda-feira tratam sobretudo das experiências desses grupos (leia quadro). Durante a semana, será realizado também um workshop para a criação de uma galeria de arte virtual para trocas entre Canadá e Brasil via Internet.
O workshop será realizado no Nica, Núcleo de Informática da ECA (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo). O Nica recebeu recentemente 10 computadores Power Macintosh.
"Temos o equipamento necessário para colocar material multimídia na WWW. Este evento é também para inaugurar esse equipamento", disse o professor da ECA Martin Grossmann, que coordena o workshop junto com Baerwaldt.
Baerwaldt fez a curadoria da parte canadense da última Bienal Internacional. É pesquisador de arte contemporânea e vem ao Brasil também para fazer contatos com alguns artistas.
As palestras e o workshop são uma iniciativa conjunta da ECA e do Paço das Artes, que no fim de 1994 mudou sua sede antiga no MIS para a Cidade Universitária.
"Queríamos trabalhar mais com a universidade, com os professores e alunos, já que agora estamos no campus", disse Heloísa Sandoval Gregori, diretora interina do Paço.
O encontro Canadá-Brasil será também o tema do primeiro número dos "Cadernos do Paço", publicação que pretende servir como "espaço de discussão da arte contemporânea", disse Gregori.
Neste primeiro número, há textos de Baerwaldt sobre política cultural canadense e sobre os centros de artistas e textos de Grossmann e do curador Ivo Mesquita sobre experiências no Canadá.
Participam também da publicação e das palestras os artistas dos grupos Piratininga e BWG, de São Paulo, e do grupo Item, do Rio.
Segundo Grossmann, esses grupos são os que "mais se aproximam" dos centros canadenses. "São contextos e épocas diferentes. Mas esses grupos têm uma organização própria e uma idéia de trabalho coletivo", diz.

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