São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Sarney teme radicalização

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que teme o radicalismo dos setores do seu partido que se opõem ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Na avaliação do senador, se o Palácio do Planalto continuar investindo na desagregação da legenda, o radicalismo pode aumentar.
Sarney considera que o PMDB rachado "é muito pior" para o governo. "O presidente precisa mais do que nunca do PMDB unido", afirmou.
O senador se disse preocupado com a divisão do seu partido, evidenciada nas votações da reforma da Previdência (Câmara) e da CPI dos Bancos (Senado), na quinta-feira.
Segundo ele, se o partido estiver dividido, o governo terá o apoio de uma parte, mas, em compensação, "a outra parte estará fazendo oposição mais radical".
Sarney é o principal líder da ala do PMDB que apoiou a criação da CPI dos Bancos. Ele é aliado do presidente do partido, Paes de Andrade (CE), que se opôs à reforma da Previdência.
Adversário de Paes, o líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), foi o relator da emenda aprovada na Câmara e conta com o apoio do Planalto. Paes e Temer são candidatos à presidência da Câmara.
Ontem, véspera da Convenção Nacional do PMDB, Sarney passou o dia em reuniões com o presidente do partido e com o líder no Senado, Jader Barbalho (PA).
Quando chegou à Casa e encontrou vários jornalistas à sua espera, o senador do Amapá ficou irritado.
O peemedebista não queria comentar a decisão tomada pelo Senado no dia anterior de arquivar a CPI dos Bancos.
"Não fui derrotado. Apenas cumpri o regimento e dei tramitação normal ao requerimento criando a CPI. Somos políticos e estamos acostumados a ter nossos pontos de vista contrariados. Isto é normal dentro da política", avaliou.

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