São Paulo, sábado, 23 de março de 1996 |
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Acordo faz Maluf faturar R$ 75 milhões Governo FHC assume parte da dívida CLAUDIO AUGUSTO
Em troca da federalização de R$ 3,336 bilhões, a bancada do PPB votou com o governo na reforma da Previdência. A federalização é uma operação simples. A prefeitura troca seus títulos -usados para conseguir empréstimos no mercado- por títulos do Banco Central. Como os títulos federais têm mais credibilidade, os investidores aceitam comprá-los da prefeitura pagando juros menores. O secretário municipal das Finanças, Celso Pitta, nega que vá usar os R$ 75 milhões em obras. Ele afirmou que o acordo com o BC proíbe isso. Mas o professor Eduardo Giannetti da Fonseca, da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), acredita que o dinheiro acabará sendo gasto pela prefeitura -o que aumentaria a quantidade de moeda em circulação e prejudicaria a estabilização do Real. "É muito difícil o Banco Central fiscalizar isso", disse o professor. Segundo ele, é impossível para a fiscalização identificar, no caixa único da prefeitura, o dinheiro economizado com pagamento de juros menores. Desde 1994, Maluf vem tentando junto ao Banco Central federalizar parte da dívida de São Paulo. Gustavo Loyola, presidente do BC, se opunha à operação. Foi por isso que Maluf começou a atacá-lo. Na gestão Maluf, o endividamento total da prefeitura cresceu 136%. A prefeitura devia R$ 2,218 bilhões em dezembro de 92. A dívida chegou a R$ 5,240 bilhões em dezembro de 95. Pitta afirmou que a saúde financeira da cidade não foi comprometida, já que as receitas também cresceram. Texto Anterior: PE não tinha fiscalização Próximo Texto: Ministério vai cadastrar doentes em São Paulo Índice |
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