São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Preso acusado de matar e enterrar 4

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Polícia Militar de Minas Gerais prendeu anteontem o servente Antônio Pio da Silva, 47, acusado de assassinar quatro garotas e enterrá-las no quintal de sua casa, na zona leste de Belo Horizonte.
Silva confessou a morte das adolescentes. Ontem, a polícia encontrou em seu quintal duas ossadas e dois corpos enterrados.
A prisão foi feita a partir de uma denúncia de sua filha, C.M.F., 16. Ela disse acreditar que o pai também tenha matado seus amigos Jamil Romão, 15, Gilmar França, 14, porque eles sabiam de seus crimes.
A morte de Jamil, Gilmar e de Júnior Leão, 16, aconteceu na madrugada do último dia 15 na estrada que liga Belo Horizonte a Nova Lima (região metropolitana) e foi assumida por um suposto "Grupo Reação", que seria formado por policiais.
Recortes
O servente, porém, negou qualquer envolvimento com a chacina. "Eu assumo o que faço. Se tivesse mais um ou mais dois crimes, isso não ia alterar nada", afirmou.
Em sua casa, a polícia encontrou vários recortes de jornal com notícias de crimes violentos, inclusive sobre a chacina. Silva disse que as duas ossadas encontradas em sua casa pertencem a duas menores, mortas no Natal de 1985.
Ele afirmou que conhecia uma delas como Maria das Graças. O motivo teria sido porque elas o chamaram de "chifrudo".
Vaso
As outras vítimas, segundo Silva, se chamavam Grace Nale Correia e Andrezza Valadares e foram mortas em 8 de dezembro passado, com a ajuda de um homem conhecido como "Carioca", a quem elas supostamente deviam dinheiro.
Todas as vítimas tinham aproximadamente 15 anos e teriam sido mortas, segundo o acusado, por enforcamento.
Depois de matá-las, ele enterrava os corpos no quintal de sua casa. No ano passado, porém, ele teve de se mudar para uma outra casa, a poucos metros de onde morava.
Ele, então, desenterrou os corpos das duas primeiras vítimas e ateou fogo. Os ossos foram escondidos em um vaso de plantas.
Segundo Silva, sua mulher e suas filhas não desconfiaram que o vaso escondia ossadas humanas. C.M.F., porém, viu quando o pai enforcou uma das garotas mortas em dezembro do ano passado.
'Convergência'
O chefe do Departamento de Investigações de Belo Horizonte, delegado Raul Moreira, disse ontem que existe "uma forte convergência" entre a chacina e os corpos encontrados na casa do servente.
Ontem o Ministério da Justiça determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações.

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