São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cidades disputam restos de Dona Beja em Minas
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
A ossada de Dona Beja (ou Dona Beija, segundo um de seus biógrafos) está enterrada em Estrela do Sul. Em Araxá, ela viveu seu apogeu como prostituta de luxo e líder política da região. O secretário de Turismo de Araxá, Leandro Haddad, diz que iniciou conversações há um mês com a Prefeitura de Estrela do Sul para a localização da ossada e sua identificação por peritos. Segundo Haddad, o prefeito de Estrela do Sul, Haroldo José de Almeida, teria achado a idéia tão boa que resolveu manter a ossada em sua cidade. Almeida afirma que a ossada de Dona Beja ficará em Estrela do Sul porque a população quer assim. "Não vamos deixar a cidade perder um de seus bens, e essa será uma forma de atrair o turismo." Segundo Almeida, relatos de antigos moradores indicam que Dona Beja teria sido enterrada ao lado da igreja da cidade porque não conseguiu ser sepultada dentro do templo, como era costume na época, devido à fama de prostituta. No local, existe atualmente uma praça. Segundo o prefeito, a ossada está em algum ponto de uma área de 3.600 m2. Mas a prefeitura não tem recursos para fazer as escavações e necessita, segundo Almeida, do apoio de alguma empresa ou mesmo de Araxá. O secretário de Turismo de Araxá não desiste de levar os restos mortais para sua cidade. "A ossada está lá há 123 anos e ninguém (de Estrela do Sul) nunca se preocupou em retirá-la", afirmou. Ele pretende que, depois de localizada, a ossada seja identificada por especialistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas-SP) e levada para um mausoléu, a ser construído em Araxá, onde já existe o Museu Dona Beja, instalado no solar que pertenceu a ela. Texto Anterior: Nove morrem em 2 chacinas em SP Próximo Texto: 'Disney' no Brasil inicia obra em abril Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |