São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Revolução no vôlei

CIDA SANTOS

Após cinco anos na Itália, Bebeto de Freitas voltou com tudo ao vôlei brasileiro. Técnico do Olympikus/Telesp, ele formou um grande time em Campinas e procurou desenvolver uma característica em baixa nos jogadores do país: a curiosidade.
Ele diz que os atletas questionam pouco as instruções passadas, diferentemente dos italianos. Não perguntam, por exemplo, porque fazem determinado tipo de treino. Em busca da curiosidade perdida, o técnico transformou as reuniões do time em conversas com os jogadores dando opiniões.
Na preparação do time, outra novidade: os jogadores não assistem fitas de vídeo com os jogos do adversário. Essa tarefa fica restrita à comissão técnica. Todas as observações e marcações são passadas e discutidas com os jogadores. Um método mais rápido e que tem a aprovação do grupo.
Bebeto promete mais. Um dos poucos personagens que nas últimas três décadas tem atuado ativamente no vôlei brasileiro, o técnico não se conforma com o esquecimento e a falta de apoio a ídolos do esporte. Um exemplo é Xandó, há quatro anos longe do vôlei. "Ele é uma marca do esporte e não pode ficar afastado."
Ousado, Bebeto perguntou para Xandó, que estava assistindo um treino, se ele queria voltar a jogar. Xandó, dono do ataque mais pesado da geração de prata, achou que fosse brincadeira. Não era. Xandó acabou se empolgando: já perdeu dez quilos e está treinando. Aos 34 anos, será um dos reforços do Olympikus na próxima temporada.
Para encerrar, vale destacar a frase de Ana Moser com a melhor notícia do vôlei brasileiro em 96: "Tenho certeza que mereço, quero e vou para Atlanta."

Texto Anterior: Corinthians; Juventus
Próximo Texto: A grande jogada; Seleção italiana; Peneira de vôlei
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.