São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996 |
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Gerd Bornheim e José Miguel Wisnik discutem "A Razão" Estudiosos conversam sobre a racionalidade e seus duplos FERNANDO DE BARROS E SILVA
Se estes são os marcos contemporâneos do debate, não é menos verdade que, de maneira aberta ou velada, há 2.000 anos a noção de razão traz consigo o seu oposto, seja ele o mito, a fé, a loucura, o instinto ou a barbárie. Essa duplicidade que envolve a racionalidade volta à cena amanhã, quando o músico José Miguel Wisnik e o filósofo Gerd Bornheim debatem "A Razão" dentro da série "Diálogos Impertinentes", promovida pela Folha, PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e Sesc (Serviço Social do Comércio). "É o pensamento que estabelece o homem no mundo, permite a ele prolongar a sua vida, dominar a natureza, enfim, torná-lo mais humano", diz Bornheim, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). "A razão é apenas uma das formas que o instinto da inteligência pode assumir, já que, como afirma o poeta Fernando Pessoa, a inteligência é um instinto", afirma Wisnik, professor de literatura brasileira na USP. O debate acontece às 20h40, no Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, Lapa), com transmissão ao vivo pela TV PUC, pelo canal 20 das operadoras de cabo Net e Multicanal (que em São Paulo transmite pelo canal 18). A mediação do encontro será feita pelo jornalista Caio Túlio Costa, diretor-executivo da Folha Online, e por Mário Sérgio Cortella, professor do Departamento de Teologia da PUC-SP. Segundo Bornheim, além do aspecto teórico, o desempenho prático da razão é central na vida do homem contemporâneo. "Isso dá à razão uma importância e um papel surpreendentes, que nunca existiram na história da humanidade". Segundo Wisnik, o que mais o estimula a debater é justamente a idéia do "diálogo impertinente". "Gosto dessa situação de impertinência, dessa proposta de algo que não cabe, que não pertence, que passa fora do que está delineado." É difícil, afirma o músico, que a "impertinência" proposta pela série realmente se efetive no debate, mas isso deve ser buscado. "Penso no aspecto musical que existe no diálogo, como no jazz, onde os músicos se entendem e se harmonizam a partir do improviso, sem que haja um caminho prévio a ser trilhado", diz. Os interessados em assistir ao debate ao vivo devem obter informações pelo tel. 224-3473. Texto Anterior: "Bandeiras" do MAC vão a leilão em abril Próximo Texto: "Quíntuplos" frustra em sua estréia Índice |
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