São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996 |
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Falta de modelo divide o formato das novelas
ESTHER HAMBURGER
A novela católica "Irmã Catarina", na CNT, serve a um projeto de evangelização através da mídia inédito na Igreja brasileira. Hoje estréia "Campeão", o novo folhetim da Bandeirantes, que aposta na fórmula do verde e amarelo, "meu Brasil, brasileiro". Nenhuma novela consegue mais os legendários índices quase monopolistas de audiência do passado. E daí talvez a fragilidade atual do assunto nacional. Em um mercado mais competitivo, as emissoras não desistem do formato. Na falta de um modelo de sucesso, aponta-se para todos os lados. E o espaço da ficção seriada vai se esgarçando, sem acrescentar muito à teledramaturgia. Há mais de uma dezena de novelas em exibição nas diversas emissoras. Cabem boas adaptações literárias como "Tocaia Grande" da dupla Walter Durst e Walter Avancini na Manchete. O melodrama televisivo clássico comparece em abundância com novelas de Ivani Ribeiro, recentemente falecida. A linguagem é a mesma. Mas o formato é elástico e serve à causas diversas. "Irmã Catarina" faz catequese explícita. Tem uma mensagem muito bem definida. Desafia pouco a interpretação. Talvez essa pretensão educativa tão direta espante o telespectador. Já "Explode Coração", a novela da internet, se estabelece como prestadora de serviço. E repercute. Abre espaço para a mãe de Cazuza. Alimenta o "Jornal Nacional" com notícias de re-encontros. Estimula o surgimento em São Paulo do movimento das mães da Praça da Sé. Se oferece como elo em uma rede privada e fragmentada de solidariedades pontuais diversas que, em consonância com o formato da novela, de uma forma ou de outra, envolvem a maternidade. Texto Anterior: Jovens Solistas tocam na Hebraica Próximo Texto: Globo joga 'Exterminador 2' contra festa do Oscar Índice |
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