São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
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Babenco e Sonia participam da votação

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

"Acho que o cachorrinho de 'Babe' devia concorrer ao Oscar de ator coadjuvante", diz a atriz Sonia Braga, 45. Ela não sabe explicar exatamente como se tornou membro da Academia. "Deve ser porque sou linda", diz.
Sonia vota desde 1990. Desta vez, porém, não fez sua escolha. "Estava viajando, não vi nenhum filme, só 'Babe"', conta. "O único para quem vou torcer é 'O Quatrilho'."
A atriz diz que não presta muita atenção à cerimônia, a não ser que haja algum candidato sul-americano. "É uma festa da indústria."
Mesmo assim, adorou ter apresentado o prêmio de melhor filme estrangeiro ao lado de Michael Douglas em 1987. "Fiz questão de falar em português. Para o público brasileiro, é uma coisa linda ver um dos seus naquele palco."
Reconhecimento
O diretor de fotografia Lauro Escorel, 46, foi convidado para ser membro da Academia em 1994, como reconhecimento pelo trabalho em "Brincando nos Campos do Senhor" e "Ironweed", ambos dirigidos por Hector Babenco.
Um dos mais importantes fotógrafos de cinema da sua geração, Escorel recebeu com prazer as indicações. "Foi bom ver filmes pequenos, como 'O Carteiro e o Poeta' e 'Babe', ao lado dos representantes dos grandes estúdios. O sistema está se renovando."
"Santo de casa faz milagre", diz Hector Babenco, 50, comentando a indicação de "O Quatrilho". "Ganhando ou não ganhando, está provado que aprendemos a fazer cinema." Indicado ao Oscar em 1985 por "O Beijo da Mulher-Aranha", o diretor foi incorporado automaticamente à Academia.
O voto de Babenco foi para "O Carteiro e o Poeta". "Mas sei que não vai ganhar", diz.
Veterano
"Hollywood é indústria. Quem quer arte, que vá ao museu", diz, assumindo o papel de executivo. Até 1992, ele ocupou o cargo de vice-presidente da American Film Marketing Association, entidade que congrega 110 produtores de cinema independentes no mundo.
Teitelbaum, que começou como office-boy da Columbia Pictures em 1939, vota desde 1973. Foi convidado pela Academia quando trabalhava como vice-presidente do departamento internacional da United Artists Corporation.
"Nunca voto se não tiver assistido todos os filmes", diz, explicando porque deixou seu envelope intacto. Aposta em "Coração Valente" como provável vencedor.
"O Quatrilho" tem, segundo ele, boas chances. "Pode ganhar, sim. Não seria a primeira vez que a Academia mostra sua admiração pelo cinema latino."

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