São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996 |
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FHC tenta atrair governadores do PMDB
EMANUEL NERI
O governador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves Filho (PMDB), está sendo convidado para virar tucano. O chefe do Executivo potiguar já recebeu acenos de boas-vindas do presidente do PSDB, senador Arthur da Távola (RJ), e de outros líderes do partido. Outro governador do Nordeste, José Maranhão (PMDB), sucessor de Antônio Mariz na Paraíba, também está sendo sondado. Atualmente, o PSDB comanda seis Estados do país -São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Pará e Ceará. O PMDB, além da Paraíba e do Rio Grande do Norte, tem o Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Goiás. Jantar com FHC Garibaldi e Maranhão vão recepcionar hoje o presidente. À noite, Fernando Henrique Cardoso janta com o governador potiguar, em um restaurante de Natal. O governador do Rio Grande do Norte mantém boas relações com FHC -é a segunda vez que o presidente vai ao seu Estado. Entre os peemedebistas, Garibaldi Alves Filho adotou a mesma linha do seu colega do Rio Grande do Sul, Antônio Britto. Em Natal, esse grupo é identificado como "PMDB com bico" -referência à proximidade política mantida com os tucanos. Garibaldi não mantém boas relações com a atual direção do PMDB, que tem na sua presidência nacional o deputado federal Paes de Andrade (CE). No último domingo, por exemplo, Garibaldi trabalhou pelo esvaziamento da Convenção Nacional do PMDB -estratégia recomendada pelo Palácio do Planalto. Nesse encontro do partido, Paes de Andrade pretendia que fosse deliberada a oposição do PMDB ao projeto que permite a reeleição presidencial. Mudança difícil A ida de Garibaldi para o PSDB, entretanto, será difícil. Ele é sobrinho de Aluízio Alves, ex-governador potiguar e fundador do PMDB. Aluízio preside o partido no Rio Grande do Norte, e seu filho, o deputado federal Henrique Alves, é da direção nacional do PMDB. Pelo menos a curto prazo, segundo políticos potiguares, Garibaldi não sai do PMDB. Mas deve adotar o mesmo comportamento de Antônio Britto -fica no PMDB, mas é tucano. As relações familiares são o único obstáculo que prende o governador do Rio Grande do Norte à legenda de seu tio. Texto Anterior: Porta-voz nega articulação para reeleição Próximo Texto: Presidente inaugura programa de pesca Índice |
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