São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Confira as inovações, da largada ao cockpit

DA REPORTAGEM LOCAL

A F-1 chega ao Brasil neste fim-de-semana com diversas inovações de regulamento. De um novo sistema de largada a um cockpit mais seguro, a intenção dos dirigentes foi clara: assegurar a emoção e minimizar o risco do espetáculo.
Pelo menos uma mudança teve caráter político. A chamada "lei dos 107%" veio para enterrar os times pequenos, mostrando que a categoria está trocando a quantidade pela qualidade.
Os tais 107% se referem à margem necessária à classificação. Para compor um grid, a partir desta temporada, o piloto precisa obter um tempo que não exceda em 7 pontos percentuais a pole position.
Um exemplo: se a volta do pole foi feita em um minuto (60 segundos), só se classifica quem rodar, no máximo, em um minuto, quatro segundos e dois décimos.
Regra parecida já existia no ano passado, mas a margem era um pouco maior, 10%. Na verdade, a diferença é ínfima, mesmo em se tratando de F-1. O que mudou, de fato, foi a aplicação.
No ano passado, os dirigentes foram flexíveis. Neste ano, a exclusão já acontece nos monitores de cronometragem.
Nos carros, a maior alteração foi o aumento da abertura do cockpit (de 42x65 cm para 52x77,5 cm), para permitir uma remoção mais rápida do piloto.
Na frente, os extremos dos aerofólios e o bico foram encorpados e arredondados para evitar furos em pneus alheios.
Os apêndices laterais junto à asa traseira, uma das saídas para as fortes restrições aerodinâmicas do regulamento de 95, tiveram seu uso intimidado. No final da história, os projetistas os colocaram mais à frente. A perda de pressão aerodinâmica, porém, foi estimada em 8%.
Completando a parte técnica, agora é obrigatória instalar as "caixas pretas" (computadores que registram o comportamento do carro na pista) na célula de sobrevivência que envolve o cockpit.
Em caso de acidente, esses dispositivos terão mais chance de serem preservados, podendo ajudar, assim, no esclarecimento do ocorrido -algo que fez falta, por exemplo, no caso de Ayrton Senna, em 94.
Na pista, as atrações são o novo procedimento de largada (descrito à página 5 deste caderno) e o local do "Stop & Go".
As punições de tempo, agora, serão cumpridas à frente dos boxes das equipes. E a elas caberá indicar a hora de partida. Se houver erro, o piloto terá de voltar. O time não poderá trabalhar no carro.

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