São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996 |
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Presos rebelados fazem 36 reféns em GO ÁULUS RINCON GODINHO ÁULUS RINCON GODINHO; SILVIA DE MOURA
SILVIA DE MOURA Cerca de 400 presos se rebelaram ontem, no Cepaigo (Centro Penitenciário Agrícola e Industrial de Goiás), em Aparecida de Goiânia (30 km de Goiânia-GO). Os detentos, liderados pelo assaltante e sequestrador Leonardo Pareja (leia texto abaixo), tomaram 40 pessoas como reféns. A rebelião começou às 11h, quando o secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Lorenzo Filho, o presidente do Tribunal de Justiça, Homero Sabino, o diretor do Cepaigo, coronel Nicola Limongi Filho, e mais 11 juízes faziam inspeção no Cepaigo. Os representantes do governo foram forçados pelos detentos a entrar na cela 210, no pavilhão principal, onde foram trancados. Cerca de cem presos passaram a quebrar os cadeados das outras celas e libertaram outros 300, do total de 782 que cumprem pena no local. A PM enviou 300 homens do Batalhão de Choque. Os policiais se posicionaram nas guaritas e cercaram o presídio. À tarde, o número de policiais presentes no local aumentou para cerca de 500. Uma comissão de negociação, formada pelo secretário de Governo, Virmondes Cruvinel Borges, pelo procurador-geral de Justiça, Demóstenes Xavier, pelo Chefe da Polícia Civil, Hitler Mussolini, pelo juiz Stenka Isaac Neto e pelo delegado e Deputado Estadual Abdull Sebba, chegou a prisão às 13h30. Um agente carcerário conseguiu escapar por volta das 15h. Meia hora depois, o diretor industrial do presídio, Alvino Ferreira da Silva, foi liberado. Às 23h as negociações foram suspensas e os presos libertaram mais 2 reféns -entre os quais um repórter da Rede Globo e um juiz. Ficou acordado que a negociação seria retomada hoje. Exigência A exigência dos detentos era fugir com dois carros blindados, dez coletes a prova de balas, dois carros Tempra com motor turbo, duas espingardas calibre 12, seis pistolas 9 mm e quatro metralhadoras. Por volta das 19h, Pareja disse que estava comandando as negociações a partir daquele momento. Disse que 16 presos de alta periculosidade iriam fugir do presídio e diminuiu as exigências. Em vez de armas pesadas, solicitou armas de calibre 38 e munição, além dos carros. O chefe de Estado-Maior da PM, coronel Paulo Alves Vieira, disse à Agência Folha, no final da tarde, que a polícia estudava que medidas tomar, caso a rebelião continuasse. Ele descartava a possibilidade de invasão. O diretor da Polícia Civil, Hitler Mussolini, informou que as exigências poderiam ser atendidas, desde que os rebelados fugissem sem levar reféns. Em resposta, Pareja avisou que o acordo seria feito, mas que em cada carro seria levado, pelo menos, um refém. Texto Anterior: Estudante protesta contra reforma Próximo Texto: Líder sequestrou garota em 95 Índice |
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