São Paulo, sábado, 30 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Agitação fecha lojas em SP pelo 2º dia

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo segundo dia consecutivo, houve corre-corre pelas ruas do centro velho de São Paulo e o comércio ficou fechado.
Os fiscais da prefeitura não conseguiram demarcar os locais onde será permitida a atuação dos camelôs. O trabalho de demarcação das áreas, que começou por volta das 9h30, durou menos de uma hora.
A PM e a a Guarda Civil Metropolitana prenderam 16 pessoas até as 14h30. Elas foram conduzidas para o 1º DP e liberadas em seguida.
A confusão começou por volta das 11h30, na esquina das ruas 15 de Novembro e do Tesouro.
Depois de assistir a um show de um travesti no meio da rua, um grupo de 10 a 15 pessoas começou a gritar "fecha, fecha". Outras pessoas foram engrossando o grupo, que passou a correr.
A Guarda Civil, que tinha um efetivo de 300 homens no centro velho, não conseguiu conter o tumulto. Dois carros da PM acompanhavam as cerca de 50 pessoas.
Pedras
Na região do mercado municipal, parte do grupo atirou pedras nos funcionários de uma loja que se recusaram a cerrar as portas. Usando barras de ferro, eles partiram para cima dos manifestantes. Um policial do serviço reservado da PM, usando roupas civis, impediu o confronto.
Pouco depois, na rua General Carneiro, um balconista de uma loja e um repórter do "Aqui Agora", do SBT, trocaram socos.
A passeata se dissolveu no largo São Bento, por volta das 12h30, depois que os PMs já haviam realizado cinco prisões. "Quem está na rua tem que ter um motivo", afirmou o tenente coronel Plabo. Segundo ele, não havia orientação para entrar em conflito direto com os manifestantes. O clima continuou tenso por mais uma hora.
"A maior parte da passeata é de vândalos, não de marreteiros", disse o o camelô José Antônio Fernandes. Ele afirmou que "trombadinhas" e agitadores estão se infiltrando entre os ambulantes para criar confusão e roubar.
Trânsito
Às 15h30, uma passeata de aproximadamente 150 ambulantes -segundo a PM- voltou a percorrer as ruas do centro.
Desta vez, os manifestantes gritavam palavras de ordem, como "queremos trabalhar". Eles interromperam o tráfego no viaduto do Chá até as 17h30.
Uma mulher se feriu ao tentar se proteger dentro de uma loja no momento em que a porta de ferro era baixada.
os camelôs prometem montar suas bancas hoje e voltar a trabalhar mesmo sem a autorização da prefeitura. Eles querem que o recadastramento que vai definir quem fica ou não no centro seja feito rapidamente.

Texto Anterior: Cuidados médicos
Próximo Texto: Só 250 camelôs devem ficar no centro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.