São Paulo, sábado, 30 de março de 1996 |
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Movimento das lojas do centro cai até 50%
DA REPORTAGEM LOCAL Os comerciantes ouvidos pela Folha avaliam que o movimento em suas lojas caiu entre 30% e 50% nos dois dias de corre-corre no centro.O supervisor da loja Clóvis da rua Direita, Cândido Feder, reclamou dos prejuízos com os conflitos no centro, mas disse que vai continuar com a loja fechada "para evitar maiores estragos". "A polícia está muito vaselina com os camelôs. Se eles fossem mais enérgicos, teríamos sossego para trabalhar", disse. "Se os comerciantes não tivessem pressionado a prefeitura, estaríamos tranquilos aqui no centro", disse a ambulante Renata Odette de Mello, que monta sua banca na rua 15 de Novembro. Às 15h30, uma passeata de aproximadamente 150 ambulantes -segundo a PM- voltou a percorrer as ruas do centro, tendo à frente dez deficientes físicos. Dessa vez, os manifestantes gritavam palavras de ordem, como "queremos trabalhar" e "camelô unido jamais será vencido". Eles interromperam o tráfego no viaduto do Chá e na rua Xavier de Toledo até as 17h30. Além dos comerciantes, os ambulantes cujas barracas estavam funcionando no trajeto da pesseata foram obrigados a fechá-las. Um homem se feriu ao tentar se proteger dentro de uma loja no momento em que a porta de ferro era baixada. Antes do início da manifestação houve conflito entre os camelôs e dois seguranças da loja Nelson das Bolsas, na esquina da rua Direita com a 15 de Novembro. Os seguranças estavam armados. Segundo a Guarda Civil, tinham porte de arma legalizado. Adair Griff, 25, um dos seguranças, disse que sua intenção não era agredir os ambulantes. "Minha função é apenas proteger a loja." Os camelôs prometem montar suas bancas hoje e voltar a trabalhar mesmo sem a autorização da prefeitura. Eles querem que o recadastramento que vai definir quem fica ou não no centro seja feito rapidamente. Texto Anterior: Quadrilha faz 20 reféns em agência de banco no Rio Próximo Texto: Um só grito de "fecha!" basta para que corre-corre comece Índice |
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