São Paulo, sábado, 30 de março de 1996
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Preços sobem até 10% na terça-feira

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A gasolina e o álcool ficam, em média, entre 9% e 10% mais caros a partir da 0h de terça-feira, anunciaram ontem o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Luís Paulo Vellozo Lucas, a ministra Dorothea Werneck (Indústria, Comércio e Turismo), e o diretor do DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), Ricardo Pinto Pinheiro.
A entrevista coletiva foi tumultuada, a divulgação foi confusa e não se falou em índices ou impacto na inflação.
O último aumento foi em setembro do ano passado. O reajuste anunciado ontem contraria o princípio do Plano Real, que prevê reajustes anuais de tarifas públicas.
Os únicos números anunciados oficialmente foram os aumentos médios no preço do litro do álcool (R$ 0,047), do litro da gasolina (R$ 0,058) e do litro do óleo diesel (entre R$ 0,0147 e R$ 0,0294).
Como os preços dos combustíveis são diferenciados em todo o país, é impossível informar o valor final do produto.
Revendedores
O presidente da Federação Nacional das Empresas Revendedoras de Combustíveis, Gil Siuffo, afirmou que o repasse ao consumidor do preço de refino da Petrobrás -que sobe 15% também na terça-feira- será feito integralmente pelos postos.
Siuffo lembrou também que os postos estão em plena data-base (março) e que esses custos também serão repassados ao preço final.
Com o reajuste, o preço dos combustíveis nas bombas fica liberado em todo o Sul, Sudeste, Nordeste e mais o Distrito Federal e Goiás.
Essa liberação também resultará em um aumento de até 8% no preço do óleo diesel, dependendo da distância entre o posto e a base de distribuição.
As regiões Norte e os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul continuam com os preços tabelados, sofrendo apenas o reajuste nos mesmos níveis acima.
Vellozo Lucas garantiu que não haverá reajuste abusivo por causa da liberação. Há, segundo secretário, um dispositivo de proteção no caso de práticas abusivas pelo mercado. "Nesses casos, poderá haver uma intervenção", disse, sem explicar que mecanismos poderão ser adotados.
Proálcool
O reajuste integra as medidas do governo no sentido de revitalizar o Proálcool e de preparar o país para a liberação total nos preços, marcada para 1º de janeiro de 1997, quando será extinta a "conta-álcool" da Petrobrás.
Esta conta é administrada para manter o preço do álcool abaixo do da gasolina e provoca um rombo mensal de aproximadamente R$ 130 milhões.
Nas localidades próximas às bases distribuidoras, o preço será inferior às regiões distantes ou daquelas onde existem poucos postos. Aí, prevalecerá a liberdade do posto em fixar o seu preço.

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