São Paulo, domingo, 31 de março de 1996 |
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'Alice' mistura musical com drama
MÔNICA RODRIGUES COSTA
A montagem é de bom gosto. Mistura musical com interpretação dramática e tem a coreografia como um dos pontos fortes. Procura aprofundar as passagens mais conhecidas do texto original, brincando com jogos de linguagem e usando cores atordoantes nos cenários e figurinos. Mas crianças gostarem de Alice e suas histórias é um paradoxo. Não há ação, só a confusão de uma menina aflita que corre atrás de um coelho num jardim encantado. Para Sebastião Uchoa Leite, tradutor das Alices, "Carroll pisou no terreno vago entre o sentido e o não-sentido", transformando-os mutuamente, e é isso que importa nas histórias, para os adultos. A montagem conduz bem a estrutura do sonho, apresentando cenas curtas, rápidas, que trazem sempre novos problemas para Alice resolver. Em todas as cenas, a identidade de Alice é questionada. No jardim, as flores são cruéis com a personagem e traduzem a aparente desordem do texto de Carroll. A lebre e o chapeleiro maluco impedem Alice de tomar chá e provocam sua paciência. O Gato também confunde a garota. Além de não saber mais quem é, Alice nunca descobre que direção seguir para sair dalí. Erondine Magalhães, atriz que representa Alice, faz boas reações de espanto e impaciência para definir a personagem. Peça: Alice no País das Maravilhas Direção: José Roberto Caprarole e Paulo Perez Elenco: Erondine Magalhães, Gisele Rondelle, Marcelo Laham, Silvia Ferreira, Adriana Roda, Antonio Bianchi e outros Onde: Teatro Paiol (r. Amaral Gurgel, 164, tel. 221-2462) Quando: Sábados, às 16h, e domingos, às 11h e 16h Texto Anterior: Brasil deve ver eclipse da Lua Próximo Texto: Tango de Buenos Aires invade Ibirapuera Índice |
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