São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Para Abrinq, salvaguarda criaria novos empregos

HELCIO ZOLINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Synésio Batista da Costa, disse que o setor não deseja fechar o país para a concorrência estrangeira.
"Nós queremos é a defesa comercial, que o governo faça como os países da Comunidade Européia e o México fizeram."
"Eles são modernos, mas não se furtaram de impor alíquotas de 50% ou mais em determinados produtos", completou.
Segundo o presidente da Abrinq, com "salvaguardas", o setor estará em condições de gerar 6.000 novos empregos (2.000 a cada ano) e de investir R$ 340 milhões até ano de 1999.
Costa disse que os fabricantes brasileiros não temem a competição com os importados, desde que ela seja "leal".
Ele ataca a atuação da China no setor: "Não dá para enfrentar é a anarquia que os chineses estão promovendo com seus produtos, que têm preços políticos", disse.
Sem proteção
Segundo ele, desde a abertura, a indústria de brinquedos não conta com nenhum tipo de proteção. Não figura na lista Dallari nem sequer recebeu nenhum tipo de estímulo concedido a outros setores, como o automotivo.
"Queremos o mesmo tratamento. O setor não suporta mais. Para cada US$ 35 mil de produtos importados que entram no país, somos obrigados a demitir um brasileiro", disse.
Reedição
Os presidentes da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Luiz Américo Medeiros, e da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Roberto Macedo, acham que as alíquotas de importação não devem ser reduzidas imediatamente para 20%.
Para Medeiros, o ideal seria a reedição da lista Dallari por mais algum tempo.
Macedo sugere a fixação do imposto de importação em no mínimo 35% para produtos eletrodomésticos.
Vinhos
O presidente da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura), Danilo Cavagni, disse que o setor não está preocupado com as alíquotas porque, na sua opinião, elas não impedem que ocorram casos de subfaturamento.
"O que sugerimos é a adoção de um imposto específico que incida em US$ 1,50 sobre cada garrafa de vinho importada", afirma.
"Com isso eliminaríamos dois problemas: a concorrência predatória e os vinhos de má qualidade", completa.

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