São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996 |
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Estudo propõe abate para conter o excesso de jacarés
MYRIAN VIOLETA
"Não há como prever as consequências de uma superpopulação de jacarés", afirmou o pesquisador Marcos Coutinho, 34, do Centro de Pesquisas Agropecuárias do Pantanal, da Embrapa, que elaborou o relatório junto com a pesquisadora Zilca Campos, 33. Coutinho e Campos fizeram em 94 um censo que apontou a região de Nhecolândia (a 150 km de Corumbá-MS), no Pantanal, como a de maior densidade populacional de crocodilianos do mundo. Foram registradas médias de 150 jacarés por km2. A legislação ambiental proíbe a captura de animais da fauna silvestre. Apesar disso, os chamados "coureiros" abatiam jacarés clandestinamente no Pantanal para aproveitar a pele do animal. Desde 1992, a figura do coureiro praticamente desapareceu, devido à ação repressiva desenvolvida pela Polícia Florestal na região. O relatório sobre o abate de jacarés é um dos documentos do Programa de Conservação da Bacia do Alto Paraguai, cujo objetivo é fazer uma radiografia do meio ambiente da região. O programa é patrocinado pelo governo federal, com recursos do Banco Mundial. Segundo Coutinho, o abate seria feito pelos próprios pantaneiros, a partir de critérios que garantissem a exploração racional e sustentável. "Isso também é uma alternativa econômica que apresentamos para a região", afirmou. "Estamos agora trabalhando na instalação de uma estação experimental de beneficiamento de carne de jacaré dentro do Pantanal. Vamos estudar cientificamente a viabilidade da proposta", declarou. A implantação da estação experimental é financiada pelas organizações não-governamentais Conservation International, WWF (Fundo Mundial para a Natureza) e fundação O Boticário, com apoio de técnicos do Ibama e do Ministério da Agricultura. Texto Anterior: Punk diz que foi escalpelado por policiais Próximo Texto: Ambientalista critica a idéia Índice |
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