São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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GP é reforço no orçamento de morador do Cingapura

Proprietários transformam os apartamentos em 'camarotes'

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Para alguns moradores dos prédios do projeto Cingapura, que ficam ao lado do autódromo de Interlagos, o GP Brasil é sinônimo de reforço no orçamento doméstico.
Os donos dos apartamentos mais altos alugaram um lugar para os fanáticos por automobilismo assistirem à corrida, já que é possível ver grande parte do autódromo.
"Acho que vou conseguir uns R$ 800. Vou pagar a prestação do meu apartamento por um bom tempo", disse Alaíde Souza, 26, proprietária do camarote improvisado.
Antes da corrida, cerca de 15 pessoas estavam no apartamento de dois quartos. "O pessoal trouxe cerveja e carne para fazer o churrasco", disse.
Alaíde paga prestação mensal de R$ 57 pelo imóvel e estava cobrando R$ 30 paras as pessoas acompanharem a corrida da sua área de serviço de dois metros quadrados.
O ingresso mais barato para assistir o treino oficial de sábado e a corrida no autódromo era de R$ 147. Quem se contentou a assistir apenas um treino pagou R$ 75.
"Vamos subir um na cabeça do outro", disse Vanessa Orlandi, 21. Ela afirmou que foi a primeira vez que viu uma corrida no autódromo. Ou pelo menos perto dele.
A dona de casa Maria de Fátima Diniz, 40, também ofereceu seu apartamento para os interessados em acompanhar a prova.
Ela colocou uma placa na entrada do conjunto anunciando o preço do ingresso: R$ 40. "Vou gastar o dinheiro que conseguir no supermercado", disse.
Uma opção mais barata era assistir a prova de um terreno na avenida Interlagos: R$ 2. Mas só era possível ver a reta oposta do circuito.

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