São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Quem são guardiões do Himalaia?

BILL PITZER; EARLE HOLLAD

Fortes e confiáveis, os sherpas do Himalaia foram contratados para guiar expedições ao teto do mundo desde o começo deste século. Sherpa significa gente oriental, no idioma tibetano).
Atualmente, existem mais de 35 mil sherpas vivendo nas províncias de Jumbu e Solu, no norte do Nepal, onde esse grupo étnico, que segue a religião budista, tenta sobreviver em meio a desafios. Os sherpas buscam conseguir riquezas a partir do crescente turismo na região que cada vez mais assimila a sociedade hindu no Nepal.
Antes de 1900, os sherpas não ousavam escalar as montanhas do Himalaia, pois as consideravam morada de seus deuses. Depois de emigrar do sul do Tibete no século 16, esse povo realizou trabalhos agróciloas em platôs moldados nas colinas, barganhava produtos e criava iaques (uma espécie de boi selvagem típico da região).
Mas desde que o Nepal abriu suas fronteiras em 1949, o fluxo de alpinistas vindos do Ociednte não parou.
Os sherpas transformaram a avalancha de turistas em rios de ouro. Mais da metade de sua economia se baseia em atividades vinculadas a passeios nas montanhas e escaladas. Muitos shrpas são proprietários de hotéis e albergues one os turistas se hospedam nas expedições. Outros trablaham como cozinheiros e guias ganhando, em média, R$ 1.200 por ano, em um país, onde a renda per capita é de R$ 175.
Os sherpas tiveram de pagar um preço alto por seu êxito comercial. Das 115 pessoas que morreram em escaladas do monte Everest, 43 eram sherpas. Os bosques locais foram devastados por incêndios causados por turistas e as tadições e costumes foram se perdendo.
Entretanto, os guardiões do Himalai continuam trabakhando em harmonia, enquanto lutam para manter sua herança religiosa e cultural na região.

By BILL PITZER and EARLE HOLLAD

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