São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Tel Aviv, Belém e Eilat afastam turista do que de fato interessa

Visita a outras cidades do país se revela verdadeiro 'mico'

ARTHUR NESTROVSKI
DO ENVIADO ESPECIAL

Poucos lugares são tão ricos para visitar como esse país; mas a riqueza está concentrada, e há muitos passeios que, francamente, não valem a pena.
Esqueça Eilat, no extremo sul, um balneário no Mar Vermelho, que oferece sol, mergulhos e um museu marinho. Sol temos de sobra por aqui.
E se o que você quer é mergulhar, vá ao Egito, ou ao Caribe. Israel tem coisas melhores para se fazer.
Belém só vale para os roteiros religiosos (a igreja de Belém foi construída sobre o lugar onde nasceu Jesus, hoje indicado por uma estrela de gosto e pedras duvidosas).
A cidade fica em território de autonomia palestina, o que significa, em poucas palavras, pobreza, sujeira e perigo.
Vá em grupo, se for. É bem verdade que um passeio pelas ruas, do outro lado da praça da igreja, vale a visita; mas é um risco que só se corre por ingenuidade, ou heroísmo.
Não faça viagens longas pelo deserto: sol e areia e sol e areia e sol e areia. A não ser que você tenha espírito de aventura e se inscreva em excursões de acampamento e alpinismo. Há bons passeios e um hotel confortável em Mitzpe Ramon.
Tel Aviv é outro balneário, que virou capital. A praia é bonita e leva até Jaffa, a cidade antiga (hoje bairro árabe), que, essa sim, merece um passeio.
Em Tel Aviv, chama a atenção a arquitetura Bauhaus, obra dos arquitetos judeus europeus refugiados. O Museu da Diáspora é instrutivo, mais que comovente.
Tudo somado, vale mais a pena passar outro dia em Jerusalém.
Estadias em kibutz são parte integral do turismo sionista, que é uma outra espécie de viagem. O turismo religioso -cada vez mais popular- é ainda outra viagem e outra história de Israel. Não sendo esse o motivo de sua visita, evite grupos, guias e roteiros: estão noutro país.
Restaurantes
O café da manhã é glorioso; como a comida de rua -"falafel"(sanduíche de pão árabe com bolinhos de grão-de-bico), ou "challah" (pão judaico). Restaurantes, em Jerusalém, nem sempre estão à altura do lugar que ocupam, nesse ponto tão disputado do mundo.
Uma exceção é o L'Escalier, no calçadão da rua Rivlin: um restaurante francês despretensioso, mas que serve um refinado menu de degustação, a preços humanos.
O vinho israelense é mais um milagre bíblico no que era deserto e agora são as verdejantes colinas de Golan.
(AN)

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