São Paulo, terça-feira, 2 de abril de 1996 |
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Bonecos contam história do mundo
NÁDIA GONZAGA
"O que mais impressiona os adultos no teatro de animação é o movimento dos bonecos. Os manipuladores tornam aquela 'pessoa em miniatura ou pessoinha' numa criatura repleta de gestos humanos. As pessoas ficam encantadas", diz o diretor, Henrique Sitchin. Ele diz que foram usados cerca de 55 parafusos num só boneco. Tudo isso para chegar o mais próximo possível do movimento humano. Para cada boneco, são necessários três manipuladores, que o diretor chama de "agentes do destino". "A Bruxinha encantou os pais. Depois vieram os adolescentes, casais de namorados e adultos desacompanhados. Resolvemos então investir no público adulto, como fazem as companhias européias", diz. Desta vez, a história gira em torno de acontecimentos importantes da História, mas também usa passagens bíblicas como a criação do mundo e o dilúvio, vai até Roma, passa pelas Grandes Navegações, pelas duas Grandes Guerras Mundiais, a conquista do espaço até chegar a um sujeito às voltas com um problema na sua televisão. Bunraku e mamulengo As técnicas utilizadas no espetáculo são as mais variadas, desde a influência do japonês Bunraku até o mamulengo nordestino. No primeiro, há narrador, músicos e bonecos que entram em cena para ilustrar a história. O segundo é um teatro de fantoches que usa e abusa de situações cômicas e maliciosas. O Bunraku ficou adaptado ao espetáculo, já que inexiste a linguagem oral articulada, no máximo sons e grunhidos e, no lugar dos músicos, uma trilha sonora. Quem gosta de teatro de animação, também tem a oportunidade de assistir ao trabalho do grupo Caixa de Imagem, às sextas-feiras, no hall do teatro Aliança Francesa. O espetáculo é visto através de um suporte, que é uma mistura do velho realejo e do fotógrafo lambe-lambe -realizado para um só espectador. A jornada solitária de três minutos de duração custa R$ 3. Peça: Uma História do Mundo Com:Cia. Truks de Teatro de Animação Concepção e direção: Henrique Sitchin Onde: Teatro Faap (r. Alagoas, 903, tel. 824-0104) Quando: terça e quarta, às 21h Quanto: R$ 15 Texto Anterior: Temporada de NY dá sinais de cansaço Índice |
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